Tenho sede, uma absurda vontade de goles grandes de palavras "malditas" (...)

ABSTRATO by Mário Rezende



A gente precisa de carinho

para adoçar um pouquinho a vida.
Necessita saber que tem alguém
que pensa na gente com amor.

O distante pode parecer tão perto,
obra da inexplicável natureza,
que, às vezes,  parece tão injusta
por nos fazer  ficar no limite
entre o instinto, instigante, intrigante, atraente
e  a razão insossa, insípida, deprimente;
que só no descuido  permite acontecerem os desejos
que ficam vagando pelos pensamentos
e se  realizam nos sonhos.

A gente sente, às vezes, necessidade 
de sentir o gosto, o cheiro;
vontade de sentir o calor do roçar pele com pele
de olhar através da janela dos olhos 
e ouvir sussurros de amor
sob um cobertor de estrelas
e procurar encontrar sentido 
nessa trama , nesse drama,
apesar do prazer que dá pensar 
que é a outra parte de alguém
e se deixar levar pelo poder ilimitado
que a imaginação permite realizar.

O parceiro presente, às vezes, é só estímulo tátil
para impulsionar a excitação
e o aumento da tensão,
que nasce e morre dentro de cada um,
porque o clímax do prazer,
é individual, único,
solitário.

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