Tenho sede, uma absurda vontade de goles grandes de palavras "malditas" (...)

Filho da Lua

Ela estava lá, bem distante de casa, sentada embaixo daquela grande árvore sinistra, o seu pulso pedindo um basta, um final, com o olhar triste e cabisbaixo, uma tamanha solidão em meio aos devaneios sofridos, sua visagem como a melhor companhia naquele instante.

A dor não doía tanto e nunca conseguira entender a sensação tão intensa nestes anos todos, a lástima de uma paixão avassaladora que corrói na veia sem nunca ter amado, que desgasta os sorrisos poucos e falsos ao mundo, a puberdade chegara e as dúvidas eram muitas, sensações intermináveis, como o começo de um parto natural. Não, ela não é uma jovem tristonha e carente de amor, as lamúrias são canções que ela mesma criou no seu obscuro prazer. A grande árvore já não tem folhas nem flores, somente galhos secos e fracos. 

A belatriz aguarda a noite cair no seu corpo pálido e virgem, o soprar do vento forte do cair da tarde, o sereno misterioso, o frio manso e calmoso. É assim que ela aguarda a chegada da lua no céu escuro, hoje ela será cheia e brilhante. É assim mesmo que ela renasce, a moça ganha mais poder para continuar aqui, neste globo que chamam de Terra, este imenso espelho, seu pavor. A noite chega feito um cavalo, calopando no seu passo ordinário em direção daquela árvore seca e velha. E o ato de ligação sucumbe e não há como ceder aos esforços, morrer é necessário. 

Esta volúpia extrema, apenas uma noite do ano se faz necessária assim, sem dor, copular ao sangue de uma besta humana. A noite penumbral rouba um pouco de vida e ali mesmo naquele campo que divide o tempo e o medo, nasce mais um órfão de pai, fora cuspido do espelho pela lua maldita, os lobos uivam celebrando... Miriam agora é apenas um zumbi, filha do demônio plantado na grande árvore e do seu ventre saíra o filho da lua. 

Ela já não é mais uma simples virgem, seu pecado agora está latente e a morte se encontrará com ela novamente próximo ano. O dia amanhece, a árvore seca e velha continua erguida sob a luz do sol delicado. O menino chora, o cesto fora colocado no limiar da casa da velha, a anciã do vilarejo macabro, a morte caduca.

Samba de Gafieira



O samba de gafieira é um estilo de dança de salão derivado do maxixe, dançado no inicio do século XIX. O maxixe foi a primeira dança urbana, a dois, que apareceu no Brasil, não era atrelada a nenhum ritmo, era dançado nas ruas do Rio de janeiro em 1875, mais depois foi dançado ao som de vários gêneros brasileiros baseados no tango. Na verdade, a dança era utilizada para distrair a corte e hoje em dia é um estilo de vida. 

E falar em samba não tem como lembrar da sua malandragem e elegância, o dito "malandro" sempre protege sua dama, dando a ela espaço para que ela possa se exibir para ele e para o baile inteiro ao seu redor e, ao mesmo tempo, impedindo uma aproximação de qualquer outro homem para puxá-la para dançar. Daí também a atitude de se sambar com os braços abertos, como se fosse dar um abraço, além de entrar no ritmo da música, proteger sua dama. É o nosso samba de salão brasileiro, matriz carioca, popularmente denominado de Samba de Gafieira, predominante na cidade do Rio de Janeiro, que constitui referência atual das danças de salão no Brasil. 

Pode-se dizer que no meio da dança de salão de São Paulo e Rio de Janeiro o samba de gafieira é o gênero mais dançado atualmente. Gafieira é o local onde por volta do fim do século 19, tradicionalmente as classes mais humildes podiam frequentar para praticar a dança de casal, ou dança de salão. A gafieira é uma das misturas que saiu do samba, porém diferentemente dessa manifestação popular, a gafieira tem um código de ética, onde predomina a elegância e o respeito, mantendo em vigor a malandragem e a magia da boemia. A procura pelo gênero tem aumentado sensivelmente desde meados da década de 90. Novos estilos foram criados, porém percebe-se que atualmente há uma tendência da mescla da modernidade com o samba de gafieira tradicional. 

Antes era o Batuque, dado como dança, um ritmo que os africanos mostravam sua cultura, era um tipo de dança de roda, acompanhada por palmas e eles chamavam de umbigada, no dialeto luanda, esta seria uma denominação genética e histórica. Existem as ramificações deste estilo, como: samba breque, samba no pé, samba de bossa nova, samba reggae, samba funk, samba rock... Todos com seus estilos, passos e mudanças ao longo do tempo. Com a vinda dos escravos da áfrica para o brasil, com eles vieram suas músicas e suas danças e , ao que tudo indica foi na bahia onde começaram as primeiras sessões de samba, ou seja danças de negros, sagradas e profanas. 

Desde o século XVII já se dançava ao ar livre, danças de origem provavelmente portuguesa, que com a influência negra deu origem a danças rurais que recebiam o nome de xiba, no Rio de Janeiro, cateretê,em Minas Gerais e fandango nos estados do sul. Uma curiosidade na história deste estilo de dança de salão é que tem origem nos bailes das cortes reais europeias, tomando forma na corte do rei Luis XIV, na França. É possível que o abraço lateral venha do fato de que, na época, os soldados carregavam a espada do lado esquerdo. “Não deixa o samba morrer...” Vamos que vamos!




O Grande Dragão --> By Johnny Souza



Mais um belíssimo conto do jovem de 13 anos, aluno do oitavo ano do Colégio São Paulo, Johnny Souza, meu filho mais novo e com um gosto incrível e textos maravilhosos. O conto deste mês é sobre dragões. Sabemos que os Dragos são criaturas presentes na mitologia dos mais diversos povos e civilizações. Há histórias de dragões por todo o mundo, ele também pode ser um símbolo positivo em muitas culturas, como guardiões de tesouros ocultos e da imortalidade. 

Junto com o Unicórnio, a Fênix e a Tartaruga, era considerado um dos quatro primeiros animais que ajudaram na criação do mundo. Existem muitos significados e cores, por exemplos: O dragão Azul: Augúrio do Verão e Vermelho eram bestas ferozes cujas lutas causavam tempestades e outros desastres naturais. 

E conto do Johnny é assim: “Os humanos, além de diplomatas e muito inteligentes, são muito ambiciosos. Sempre buscando conforto e glória, achando que podem escolher o mundo que irão viver, fazendo regras e que um dia não irão se arrepender. Um dia, a cidade inteira foi ao encontro do Rei Varian Wrynn, todos pedindo que o rei fizesse alguma coisa para conter os ataques dos Ogros, os monstruosos Orcs. A cidade StormWind, é uma cidade vigorosa, embora nos últimos tempos vem sofrendo ataques terríveis. O exército do rei já não era o suficiente para conter tantos ataques, porque toda vez que um soldado era morto por Ogros, renascia como renegado, aliados dos Ogros mais velhos, e o povo de Storm não sabia desta crença, desta maldição aos jovens que se alistavam para a guerra. 

 O povo não entendia o porque dos soldados não retornarem das batalhas, achavam que os soldados eram aprisionados na bastilha Órquica e que o rei não queria resgatá-los. Varian após o último ataque, não podia mais ser chamado de rei, foi preso por não ter a capacidade de proteger seu povo. O chefe da guarda pela manhã perguntou a Varian: - Meu amigo, você não acha que poderia ter feito mais pelo seu povo? - Um dia, usarei toda a minha força para protege-los, inclusive você, velho amigo. Respondia Varian. 

Quando chegou o dia da execução do rei, ele caminhava lentamente para a forca, quando o capitão da guarda novamente perguntou: - Você não acha que poderia ter feito mais pelo seu povo? E Varian outra vez respondeu. Um dia, usarei toda a minha força para protege-los, inclusive você, velho amigo. De repente uma grande explosão tomou conta de uma parte da cidade. Os guardas levaram o rei para a cela novamente e foram averiguar o ocorrido. 

Era um grande dragão, com cortes por todo o corpo, com várias placas de metal sobre a pele, assim como no queixo, e seu corpo era quente como lava. Incendiava a floresta e destruía as casas, e estava indo em direção ao castelo. E quando estava preste a atacar o capitão, um grande dragão azul ataca o dragão vermelho, afastando-o para longe e assim protegendo toda a StormWind. 

Depois deste conflito, o grande dragão azul, fala ao povo: - Hoje usei toda minha força para protege-los! - E voou para longe. O capitão olhou para a prisão, viu destruída e desmaiou”...

Ser Humano - Parte I


Ser Humano (Being Human) é uma série de televisão transmitida pela Syfy nos EUA e pela Space no Canadá. É baseada na série britânica de mesmo nome feita pela BBC. A série gira em torno de três colegas de quarto que parecem estar nos seus vinte anos, que tentam viver uma vida normal apesar de serem um vampiro, um lobisomem e um fantasma. Os personagens sendo interpretados pelos talentosos Samuel Witwer como Aidan McCollin - o vampiro, Sam Huntington como Josh Radcliff - o lobisomem e Meaghan Rath como Sally Andrews - a fantasma. 
O destino se encarregou de unir três criaturas que ninguém pensaria que poderiam viver sob o mesmo teto. Com passados e características diferentes, o que une esses três improváveis amigos é a vontade de viver como humanos — uma espécie da qual eles não fazem mais parte. Humor e drama se misturam em suas vidas, enquanto os amigos tentam se adaptar às suas condições, ao mesmo tempo em que querem viver como pessoas “normais”, e ainda devem enfrentar seus inimigos também sobrenaturais. 
Por que falar da série? As vastas palavras narradas em cada episódio faz a gente refletir na nossa existência, nos nossos próprios dramas e aflições. Também sou capaz de achar que realmente carregamos um tipo de monstro por dentro, não necessariamente com dentes afiados, um bebedor de sangue ou um canino que corre nu pela floresta, mas um monstro tão assustador quanto eles. Podemos listar muitos exemplos, como um assassino em série, um político corrupto, um estuprador... Hitler, Jack Estripador, Henri Lee Lucas, Jefrey Dahmer... E monstros têm medos, se escondem e durante tempos e tempos esperam uma oportunidade. Se formos listar psicóticos desde o século 17 seria um enorme livro. E o que realmente escondemos dentro de nós? O que realmente somos? No que nos transformamos desde tempos remotos? O primeiro episódio desta belíssima série, nos faz pensar no que somos. Se aceitamos ou não. E no que fazer com nossa escolha. A gente vive em busca de respostas... Será que estamos fazendo as perguntas certas? Se podemos nos transformar em algo diferente, o que fazer com tal fato?. “Todos nós escondemos algo, não é mesmo? Da hora que acordamos, olhamos no espelho, tudo o que fazemos é construir nossas mentiras. Encolher a barriga, pintar o cabelo, tirar a aliança do dedo. 
E por que não? Qual é a penalidade? Quais são as consequências?. “Sou apenas humano”, vocês dizem, e tudo é perdoado. E se alguma fatalidade o transformasse em outra coisa, algo diferente? Quem perdoaria você? Byron escreveu sobre Prometeu. “A eternidade és teu dom miserável, e tens que suportá-lo”... “Fazendo da morte uma vitória”. A vida é uma série de escolhas, a morte é a mesma coisa. Não para os que estão preparados. 
Eles aceitam seu destino, seguem em frente. Para o resto de nós, nós prolongamos. Depois que os vivos oram e jogam terras em nossos caixões, ainda estamos esperando, porque para alguns de nós, há uma questão maior...O que sou agora? Para onde vou daqui? Nos encontramos em um “lugar nenhum” eterno. 
Entre humano...E algo. Monstros. Alguns desses monstros escolhem simplesmente aceitar no que se transformaram. Alguns não. O que nos deixa com a escolha mais importante. Você aceita o que é? Ou recusa? E qual é a verdadeira maldição?”. Então podemos pensar que somos amaldiçoados, de alguma forma não definida ou preparada. Somos realmente aptos para sermos o que somos? Qual seria o melhor caminho para trilhar? 
Existe uma verdade ou mentira no trajeto? Neste percurso divino e infinito de “ser ou não ser”. Vamos refletir!





CONTINUA...
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