Tenho sede, uma absurda vontade de goles grandes de palavras "malditas" (...)

Diogo Couto


A mais completa das artes um dia me envolveu. A dança. Ela e eu. Espírito e carne, movimentos e suor. Ao longo do meu tempo, ela me influenciou, me tornou o que hoje sou, e sou dela ainda, desde pequeno. É a minha cultura, meu pequeno mundo, e me delicio vivê-lo. 

E me pergunto por que isto é tão especial, pra mim?! Sou de fibra e garra, verdadeiramente único. Me sinto vivo, E no meu passo a passo, no descompasso, me realizo, internamente. E vou tocando, abraçando, vendo, ouvindo, caçando monstros dentro de mim, brincando de viver, dançando...Dançando...Numa sintonia perfeita, feito casal feliz, no Bolero, na Salsa, Zoulk...Sou feito de passos marcados, coreografia abstrata de querer, e quero, quero o refrão da música mais bela, quero enxergar meu reflexo no espelho...E não ser simplesmente de histórias bem contadas, ou uma capa de livro bom, quero suar no ritmo frenético, ou suavemente na Valsa melindrosa da vida. Sou Diogo, não José. 

E fui aquela criança em frente da TV. Que me encantava com ritmos, com merengues e gingados...Com passos cimétricos de um lado para o outro, me embalando... Era encantador aos meus olhos. E hoje, instantaneamente, me delicio, e sei que algo já me domina, e é algo tão profundo, vindo de dentro mim, feito amor a primeira vista. E este amor ainda o tenho, inteiramente. E desajustado sigo, me inspirando em todos os bailados. 

Flutuando na arte em dançar, e com o coração cheio de magia... Serei o mago verdadeiro da pista iluminada? Desejo voar... E entre holofotes e andamentos majestosos... Sintonizo-me na música que já soa alto no salão...Um...Dois…Já sigo bailando, aperfeiçoando somente o que já havia dentro em mim...


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