Tenho sede, uma absurda vontade de goles grandes de palavras "malditas" (...)

Ser Humano_Parte 5




...E continuando a reflexão sobre os episódios da série de TV Ser Humano... Podemos imaginar a dificuldade e dramas vividos por pessoas tão diferentes e no mesmo ambiente. Gostos e vontades diversos, manias e frustações. Homem e mulher, sentimentos e pensamentos. Desejos e sonhos. E sem falar naquela vontade louca de viver, de ser normal... “Tudo o que eu queria era dormir de novo. Sonhar. Afinal, morri de pijama. Estava pronta. Perdi o descanso, a fuga... O atraente descanso de oito horas. 

Acontece que monstros não descansam. Dormir não é a saída... É só um ninho para criar pesadelos. Você não chega a acordar,  o coração acelerado, e percebe: Deus! Foi só um sonho. Não  chega a sentir aquela euforia dissipar. Porque, para nós, pesadelos viram realidade. Já viraram.” Afinal, o que realmente queremos? Um mero descanso ou finalmente morrer? Para uns, apenas o viver de horas do nosso dia já é o suficiente e morrer para outros, é um ato tão normal e cabível, que realmente não pode compreender. Prefiro continuar, de formas diferentes, viver de um jeito fácil e bom. “Uma coisa que monstros e humanos têm em comum é o fato de ambos serem capazes de destruir. Temos muita matança em nosso caminho. A diferença é que um humano se sente mal pela dor ele causa. Quer reparar o dano, colocar um curativo. Pode não ser tão fácil. O paliativo nem sempre funciona. 

Uma vez que abrimos algumas portas, não dá para fechar. Um monstro de verdade não liga a mínima para o caos gerado, o sangue derramado. O mais difícil em saber que é capaz de causar dor, até mesmo matar, é tentar constantemente evitar fazer isso, especialmente quando cada fibra do seu Ser quer machucar e consumir todos com quem tem contato”.  Somos assim, de diversas maneiras, somos diferentes e estamos lutando no crescimento por dentro. Tudo o que sentimos e maneiras que agimos nos levam a famosa frase “Aonde iremos”? Ou perdidamente pensamos no que “seremos”?. “A maioria não consegue fazer isso: Mascarar seus sentimentos reais, fingir ser quem não são. Mas não muda quem você é ou o que você é. Se você odeia quem você é, fará qualquer coisa para negar. Alimentará isso até que se torne real. Mas quem você é não desaparece. Espera por você. Nos empenhamos muito para esconder algo que existe. 

Uma mão de tinta na madeira gasta, deixar o cabelo maior para esconder uma falha. Mas então você percebe que a mentira que levou tanto tempo esculpindo...No final, a única pessoa que conseguiu enganar...Foi a si mesmo”. Animais...Monstros...Não precisam necessariamente viver na mentira. Tudo é muito “preto no branco”...Nós...Humanos...Que dificultamos o óbvio, o claro...A verdade. E tudo é uma questão de tempo... Para aprendermos... Melhorarmos... Ou morrermos... Não necessariamente ficarmos a sete palmos embaixo da terra, mas num breve tempo, matamos tudo que já conquistamos de bom... Por dentro. 

“Passamos muito tempo de vida tentando nos definir. Mas a verdade é que há duas categorias... Predador e presa. Uma vez que escolher de que lado está, você poderá viver com as consequências?”. Me pego a refletir tantas vezes ao dia e incansavelmente em minhas doces madrugadas, qual lado em mim estou alimentando melhor...


CONTINUA...

Carta para Deus_3



Querido Deus, Superamos toda expectativa do fim do mundo e chegamos ao novo ano. Estamos aqui ainda, no pensar sobre tudo, na tentativa de reorganizar a gaveta do armário, a casa, a vida... Deus, sei que neste exato momento está tentando ajeitar a bagunça que fizemos no ano velho, talvez não tenha um tempinho ainda para ler minha humilde carta. 

Mais não conseguiria começar sem ao menos desabafar com o Senhor, sem pedir-lhe desculpa pelas coisas passadas, pelo que não conseguimos modificar. E começo meu ano pensando na vida e morte, nos erros tantos e certamente não tenho nenhum manual de orientação, instruções em como remediar as coisas. Temos a porta certa... E não aproveitamos, a gente continua a roubar o caminho alheio, de algum inocente em busca de respostas. Ainda temos a sensação de estarmos perdidos, e mesmo não tendo todo o tempo do mundo, uma eternidade, as coisas não param em nossa volta, repetidas vezes. 

E nesta luta intensa entre o bem e o mal, do obscuro que força nossa mente desejar algo a mais, algo maior. Aquela sensação gostosa de começo e fim, de sentir que algo está completo mesmo não estando. Acho que não achamos a cura para nos consertar. Me sinto como um velho, de mãos enrugadas e trêmulas. Meus ritmos não são os mesmos, minha velhice de ideias já se aflora. Não sei por quanto tempo mais poderei lhe escrever estas cartas, estas linhas de meras tolices da vida humana, nada irá mudar tão depressa assim não é mesmo? Não tenho mais truques nas mangas, e confesso que estou triste com o fracasso alheio, e tento todos os dias mudar um pouquinho e ajudar outras pessoas também. Nem todos são maus. Acha mesmo que temos alguma chance? Mentimos, enganamos, matamos e roubamos... A humanidade é realmente podre.  

O mundo ainda não acabou! Temos de novo a chance de melhorar as coisas por aqui. Temos de esperar uns dias, todos ainda estão de ressaca das festas de fim de ano. E para variar um pouco, de novo gostaria de lhe pedir algo, algo pequeno que possa me ajudar neste trilhar aqui na Terra. O Senhor poderia me conceder um pouco mais de “coragem”? Isto mesmo, coragem para enfrentar o que ainda está por vir. Um tantinho só de coragem para eu conseguir derrubar o muro erguido no meio do meu caminho e com um simples aperto de mão ou abraço levar a outros seres humanos e eles levarem a outros e outros aos outros. Com coragem poderemos falar e escrever mais coisas, mandar o medo embora de novo, alterar regras... Com bastante coragem poderemos enferrujar as ideias tolas, poderemos protestar mais e comer menos carnes e refrigerantes. Poderemos fazer alguma diferença mundo afora. Podemos encorajar o medroso bobo, o guerreiro adormecido dentro de todos nós. 

Precisamos embainhar a espada e plantar mais árvores. Sinto que o gigante adormecido quer acordar e lutar esta guerra...Ó Deus, não podemos mais ser marionetes desajeitados, viajantes num tempo inútil. Precisamos de coragem! Sem ela não conseguiremos atravessar o escuro... E então acenderemos sem querer o pavio.

Funciono




Refaço-me. Todos os dias. De algum jeito torto e desmiolado. Negra, branca, bela e miúda. Conserto-me com um pouco de dor, um pouco de amor. Com um pouco de desespero e rebolado tosco. Um pouco de sangue ralo que escorre por entre as incertezas, nas veias. 

A fera sorrindo, a borboleta levantando voo. Tem tudo dentro de mim. Dentro deste lado avesso, me desperto... Tardia, choramingando que apaguem as velas acesas no corredor. 

Sorrio. Um sorriso sufocante de um gozo silenciado, aflito. Virgem. Em um nascer que feri a própria carne. Que corta cruelmente pedaços fatigados de mim. De minhas insônias, que arrebenta com minha estupidez. Com meu lado fraco e pouco palpável. Refugio em meus versos, em palavras poucas que bastam. Por um dia somente. E algo tão grande mendiga por rimas, palavrões. 

Estou assim, assassinada por mais uma noite. E agora posso voar. Cair deste ninho, deste mero invólucro, ordinariamente me atiro por aí, feito um zumbi errante, uma retirante sem causa. Assim o corpo se levanta, trêmulo, feiro criança aprendendo a andar. Levanto e calmamente vago por aí, talvez em busca da saída, talvez carente de esperança ou oração. Sem medir ou tracejar um caminho. Apenas esforço para se despedir daqui ou implorar água na próxima encruzilhada. 

E catando vagarosamente cacos para me recompor. Assim Funciono. Mesmo com rastros de lágrimas, e a mente ainda medrosa e alma enferrujada, este corpo humano e seu funcionar já basta. Poderei morrer... Ou nascer. Ou continuar feio andarilha, cavando minha reais delícias. Funciono, revirando-me ao extremo dia após dia, incansavelmente tola de mim mesma. Feito um tic-tac do relógio surrado de bolso. Funciono, funciono, funciono...Feito agulha gasta da vitrola da vovó.

MAQUINA




A máquina das minhas ações está funcionando. Um tanto enferrujada, um tanto desajeitada. Molda o homem em mim, narrado de versos e espelho quebrado. Miúdo e manso. 

Um pouco é bonito e outra parte é amor. Amor somente já bastava para viver. A máquina retira de mim meus ruídos tolos e pouco e um punhado de medo. Medo da noite, do uivo do lobo na ponta da montanha. Tira o medo da chuva repentina e do vento bravo, da manhã quente e de flores murchas.

E sinto que já não posso ser só homem, tenho de ser gente. Gente de grandes aventuras e de caminhos longos e largos, perfumados. Não governo o que me criou, tenho apenas ideias, o pé firme na brasa deste chão. A máquina não para. Não é possível desligá-la ou retardar seu avanço. 

Com ela sigo, cresço e floresço. Minhas ações estão contidas nas cores que deslizam em suas correntes, nas peças estranhas que giram freneticamente, giram feito sorriso infantil. 

A cada dia sigo saltitante, feito mochileiro perdido nas estradas, feito um cervo na mira do caçador. Sou caça. Caça fresca e ordinária. Não sei quem realmente funciona melhor, se eu ou esta máquina estúpida. Sou apenas um homem com esperança. Somente um homem. 

Fugir? Não... Sombras não fogem. Sou reflexo da minha própria agonia, a insônia cruel que eu mesmo criei. Ou apenas um esqueleto ambulante que se esconde nas aflições, no porão das incertezas? “Ser ou não ser?”.
A máquina ainda é o melhor passatempo da minha mente, um esplendor mais forte que minha própria dor. Hoje o dia começou cedo dentro de mim, a máquina em seu maravilhoso auge, apogeu. Coloridos nas correntes mais intensos, sem ruídos ou paradas sinistras. 

A máquina pulsa, eu pulso...

ZOOlogico --> Zoológico de Sao Paulo (Passeio em 06/01/2013)

Localizado em uma área de 824.529 m² de Mata Atlântica, o parque aloja nascentes do histórico riacho do Ipiranga, cujas águas formam um lago que acolhe exemplares de aves de várias espécies, além de aves migratórias. Assim como o lago, a mata abriga animais nativos de vida livre, formando maravilhosa fauna paralela. Por meio da exibição de mais de 3.000 animais, representados por  espécies de mamíferos, aves, répteis, anfíbios e  invertebrados, o Zoológico de São Paulo promove a conscientização do público sobre as diversas formas de vida sobre a Terra. O Zoo de São Paulo foi criado em junho de 1957, a partir de uma instrução do Governador Jânio Quadros ao Diretor do Departamento de Caça e Pesca da Secretaria da Agricultura, Emílio Varoli. Os primeiros animais exóticos como leões, camelos, ursos e elefantes foram adquiridos de um pequeno circo particular. Já os animais brasileiros como onças e galos da serra, foram adquiridos em Manaus.






















http://www.zoologico.com.br/nossosanimais.php
Avenida Miguel Estéfano, 4241 - Água Funda - São Paulo - SP - CEP 04301-905 - Fone: (11) 5073-0811 / Fax: (11) 5058-0564

De terça a domingo*
Das 9h às 17h
Fechamento da bilheteria: 16h30min.
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