Tenho sede, uma absurda vontade de goles grandes de palavras "malditas" (...)

Náufragos






Estamos sem respostas
neste tempo que aqui não passa,
no submundo dos avessos,
no vazio velho e perdido.
O horizonte tão distante de nós,
não vemos velas ou iates,
temos o sol escaldante da manhã e
só podemos sentir no rosto o frio da noite,
esta vista fora da varanda.
Quanto tempo ainda nos resta?
Somente som de ondas, sem palavras, sem rimas.
Acendemos a fogueira a lembrar luzes de Las Vegas,
brindamos com água de coco,
sentindo o gosto de  Black Label,
fitamos estrelas, mesmo com o rosto sujo de
lágrimas e ao amanhecer a diversão é
desenhar na areia SOS.
Somos náufragos de um
momento que não volta mais,
de um instante que se perdeu no meio do nada,
nada nos bolsos e paletós,
lembranças nas mentes e
muita vontade de voltar para casa.
O sabor salgado não sai da boca,
a pele já muito bronzeada,
os cabelos já estão grisalhos,
quanto tempo estamos assim?
Não sabemos se o mundo lá fora
é melhor agora,
no vai e vem de automóveis,
ruídos de máquinas modernas,
fome, guerra, traições e doenças.
Somos náufragos de tolices,
o melhor é ficarmos ilhados...
Sem modernidades?
O problema é não poder voltar,
agora nada, nada, nadar.

2 comentários:

Camila Góes disse...

Lindo! Adorei! Afinal, a cada dia naufragamos mais e mais nessas águas que nos banham.
Beijos.

Mario Rezende disse...

Muitos argumentos, não só poéticos, da minha escritora, poetisa... preferida.
Beijo grandre do seu fã.

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