Tenho sede, uma absurda vontade de goles grandes de palavras "malditas" (...)

Poesia por Sulla Mino...Eu aqui, longe.

Estou longe do meu subúrbio,

do meu espelho fosco do quarto.

Estou agora aqui, neste paraíso tão sonhado por muitos,

choro, reviro-me na angústia abundante,

sem passatempo, sem tempo contado no relógio.

Toda areia ao meu redor consumindo-me

em lembranças medonhas,

sinto frio, sinto, sinto as cinzas...

Estou sem asas, sem orvalho,

sem os pássaros azuis da minha janela.

Minha boca oculta palavras,

minhas mãos sentem saudade da caneta,

do papel reciclado que deixei na escrivaninha.

Estou pálida, confusa, com medo.

Aqui agora é o meu esconderijo,

mantenho-me sóbria neste mundo,

com os escombros dentro de mim.

Lá fora o leiteiro não passa nas manhãs,

lá fora é somente o mar agora e

eu aqui naufragada, acorrentada,

morrendo devagar.

* Imagem Google

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