Tenho sede, uma absurda vontade de goles grandes de palavras "malditas" (...)

Quem matou Zefa Fauna?

Ambientado entre a Europa e a América Latina e tendo Natal, o romance “Quem Matou Zefa Fauna?”, do escritor Guto de Castro, retrata os efeitos da 2ª Guerra Mundial na América Latina. O livro, no mercado brasileiro desde 2007, dá ênfase a vida dos americanos em Natal no Rio Grande do Norte, bem como a vivência dos judeus em campos de concentração nazistas. Conheci o autor Guto de Castro em Mossoró, na feira do livro, comprei um exemplar para matar minha curiosidade na pergunta de capa. Guto nasceu em Mossoró e reside em Natal desde 1978. Zefa Fauna, a personagem principal, é um exemplo de quem busca sonhos, nesta vida tão ordinária, embora por caminhos tortuosos. Guto retrata no livro a indústria da morte na Alemanha, execuções em massa, as torturas aos judeus, de como o bairro Ribeira era fascinante, a relação ao nazismo no mundo, a guerra, Hitler, o samba, os criminosos de guerra, a queda do III Reich, bordel, o holocausto...Zefa, uma menina pobre de Mulungu, município de Macau no Rio Grande do Norte, uma jovem que queria vencer na vida, conhecer os americanos, as roupas, tomar sorvete, beber Coca-cola e via a possibilidade de se casar com um Yanque e ter com ele um grande futuro. Guto escreve o cortejo de Zefa com lindas palavras, “sob o céu, a Aeronáutica sobrevoava o Potengi, voos razantes...O cadetes jogavam flores sobre o telhado”. Concordo com o autor, em suas palavras, mais de meio século depois, lembrar essa história para as novas gerações é um dever não apenas dos judeus, mas de toda a humanidade. Principalmente, em tempos de Internet, quando os revisionistas neonazistas negam a existência do ‘Holocausto’.

O livro vale muito a pena, narra o maior momento da cidade na história mundial no período da segunda Guerra Mundial, onde os norte-americanos procuravam uma aproximação com o Brasil, com o objetivo de construir bases aéreas no Nordeste Brasileiro. E Zefa, uma mulher corajosa e sedutora, era a mais desejada da cidade e de todas as tropas. “Enquanto o mundo se matava, Zefa ensinava o homem a amar”. O livro é uma verdadeira fonte de realidade intensa.

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