Tenho sede, uma absurda vontade de goles grandes de palavras "malditas" (...)

Sarau do Manolo em Atibaia. 28/5/11 Quentão e Poesia-Recital




































Sábado, 28 de maio, foi realizado mais um Sarau do Manolo. O evento ocorreu das 18 às 22 horas, na sede da Difusão Cultural de Atibaia.

Apresentações de música, poesia, videoarte, artes plásticas, fotografia...


*Fotos por Laura Aidar

*Fotos por Sulla Mino

Informações:

Endereço: Rua Dr. Osvaldo Urioste, 41. Centro. Atibaia/SP
Telefone: 11 4402 4296
Outras informações: http://www.facebook.com/event.php?eid=173483016043281

Crônica Por sulla Mino...FRAGMENTOS


Esta voz dentro de mim, esta voz que cala minha boca. Tento, tento dizer simples palavras vãs, algumas letras soltas e confortáveis ao meu peito, neste imenso desamor. Poetizar-me, também já tentei. Talvez haja um escape, uma fuga repentina no meio da noite em meio aos estilhaços de vidros no chão.

Não, não serei tão covarde, tentarei, talvez, gritar muito alto, um aviso ao meu coração carente e em seguida me atirar do terraço. Estou certa que serei eu mesma em algum outro lugar, em algum caminho que não seja tão gótico, tão árduo assim.

Talvez eu seja um pouco louca, insana e certamente lá, onde talvez exista um vasto campo, serei livre, livre desta voz que costura minh’alma. Por enquanto estou em fragmentos, nestes cacos poéticos e errantes, pelo menos até o cair da noite, onde visto meu corpo com a capa da ilusão, só assim sigo mais um dia, termino mais um dia, mais um dia na minha busca insaciável por sangue, sangue fresco, de um animal perdido pelo caminho ou até mesmo de alguém, desses casais que param seus carros no alto do mirante, estes jovens que ousam esfregar seus corpos nus sob a luz da lua A lua, hoje ela está cheia, talvez de mim, dos meus lamentos, dos meus intensos pedidos de socorro, socorro que nunca chega, sei que é tarde, minhas entranhas já são amargas.

Estou ainda aqui, presa entre o ontem e o hoje, entre a vida e a morte, presa em mim, nestes argumentos inúteis, neste esquelético corpo virgem, estou ainda aqui, no silêncio da madrugada fitando a lua que ainda alerta brilha no céu, cortando-me interiormente.

Continuo aqui, marcada no alento, tento sair deste abismo incerto, ainda amanheço aqui, miúda. Não, não sei se eu estendo-me no chão ou me abraço nestas paredes invisíveis. Estou feito um vampiro que perambula por aí, ou quem sabe uma alma qualquer a procura de possíveis cadáveres para saciar a fome.

Não, não sei quem sou, apenas restam estes fragmentos poéticos em minha corrente e por fora, esta pele em desuso. Cato-me, revirando meus absurdos, meus cacos ásperos e sem pontas cortantes. E esta voz que aqui ainda dentro de mim, torturando-me, estes ecos atordoantes nas lacunas do meu pensamento, esta voz que não cessa, que não clama um fim, que pune uma parte de mim, esta parte torta e funesta e a outra parte, uma outra pouca parte, uma parte poetaço, ainda longe de Camões, perdida aqui no âmago do mundo ou quem sabe no inferno, nem mais sei, sei que estou aqui, débil com o pouco que ainda me resta, na indolência desta manhã de sol, tecendo-me, aos poucos.

*Imagem Google

Museu Luiz Gonzaga --> Campina grande-PB

Se você gosta e ouve música brasileira com absoluta certeza já ouviu falar no rei do baião, Luiz Gonzaga.




Foi uma das mais completas e inventivas figuras da música popular brasileira. Cantando acompanhado de sua sanfona, zabumba e triângulo, levou a alegria das festas juninas e dos forrós pé-de-serra, bem como a pobreza, as tristezas e as injustiças de sua árida terra, o sertão nordestino, para o resto do país.


Em Campina Grande você pode visitar o Museu Luiz Gonzaga e ter contato com peças que o artista usou como sanfona, jibão e todo o material de carreira dele como posters, livros, entrevistas, filmes, jingles e quase 5 mil CDs!





O museu foi fundado por José Nobre Medeiros e além de ter todos os trabalhos de Luiz Gonzaga, ele ainda é referência nacional na preservação e divulgação das obras dos artistas de origem nordestina da Música Popular Brasileira.





Uma das coisas mais legais do museu é que ele possui convênio com escolas de Campina Grande e região, o que faz com que professores dessas instituições consigam passar a cultura regional nordestina para as crianças e não deixá-la morrer.


Informações:


Rua Presidente Costa e Silva n° 1304, Bairro Santa Rosa.

Campina Grande-PB

Poesia por Sulla Mino...Entre Lençóis


Entre os lençóis macios do tempo

o amor se esconde da noite,

pensa na morte, que pode puni-lo.

Mas os lábios se beijam,

ali, carinhosamente juntos.

A deusa sorri, rimando o momento,

movimentos, versos.

O medo tira do corpo suado o desamor,

feito sapatilha da dançarina noviça.

Rebele a pele,

arrepie o pudor.

Entre os lençóis,

torna-te bela como a lua clara no céu,

no véu que o dia esconde.

As paredes do quarto testemunham,

o choro farto, o tédio muito da melancolia.

A morte sussurra um adeus,

o medo adormece naquele quarto,

entre os lençóis macios...

Mitologia por Sol Firmino...O Amor move o mundo


“Amor - pois que é palavra essencial”, diz o poeta Carlos Drummond de Andrade no poema de abertura do livro “O amor natural”. Os poemas falam sobre o amor físico e sexual:

O corpo noutro corpo entrelaçado, / fundido, dissolvido, volta à origem / dos seres, que Platão viu completados: / é um, perfeito em dois; são dois em um.

Na época do lançamento, o livro em questão provocou discussão sobre os limites entre palavras eróticas e pornográficas. Vejamos aqui o termo erótico. O adjetivo erótico é derivado de Eros, o deus grego do Amor, e refere-se, no sentido amplo, a tudo o que se liga ao Amor.

Tão difícil quanto descobrir a origem do mundo e dos homens é definir as nuances do amor. Há muitos séculos, os filósofos tentaram explicar a criação do mundo. Para alguns, forças atuavam com os quatro elementos, terra, água, fogo e ar. Para os poetas, essa força era chamada de Eros, o Amor.

Antes de ser representado como deus do Olimpo, Eros esteve presente nos mitos que contavam as primeiras criações do mundo e dos deuses, e permitiu a aproximação dos seres. Conta um mito que o Caos, o Érebo e a Noite procriaram juntos e deram origem a tudo o que compõe o Universo, inspirados pela energia cósmica de Eros.

O filósofo Platão chamou Eros de “daimon”, uma espécie de ser espiritual que habitava entre os deuses e os homens. Na obra “O Banquete”, Platão conta sobre a união de Poros, o deus dos recursos, e Pênia, a carência, na festa de nascimento de Afrodite, a deusa da Beleza e do Amor. Desse encontro nasceu Eros, carente como a mãe, sempre em busca de algo que o satisfaça, mas com recursos para alcançar o que deseja, como o pai. O amor, quando sente-se carente, busca conquistar o outro para preencher seu vazio.

(...)


Leia o texto integral na coluna Mito em Contexto, no portal Blocos online.

Por Mário Rezende...NÓS E A LUA


Quando a lua se levanta
lá no horizonte
e derrama sobre a aldeia
a luz pálida e convidativa,
já encontra minha doce moreninha
esquentando a nossa rede,
só pensando em namorar.
O cabelo cheirando a flores,
a cabeça cheia de amores,
o corpo todo rijo e sedoso,
incitado pelo clima à beira-mar,
inflamado de paixão.
Quando a lua, então, se alteia,
a gente está se amando.
Acho até que é essa a razão
de ela chegar assim, apressada,
empurrando o crepúsculo sonolento.
Toda noite penetra aqui, indiscreta e sorrateira,
pelas frestas da choupana,
e no nosso ninho, deita o seu luar lascivo,
beijando nossos corpos nus,
como parceira experiente,
num ménage à trois.

A(ponte)



Vida,

esta ponte até a cidade,

até as rochosas pessoas,

até os mármores...

O verde, esta mata,

que esconde minha infância,

veda a palidez da minha

juventude,

o córrego,

minha sabedoria,

este corrimão, minhas lembranças...

Estou há tempos trancada

nesta cabana longe...

O vento brando do dia, minha

harmonia,

sou quem?

Uma ponte quebrada no final da estrada,

minha vida deixada por lá,

muito tempo...

A(ponte) quem sou...

* Imagem Google

Chico Xavier

Chico Xavier lançado em 2010, história original do livro “As vidas de Chico Xavier”, lançado por Marcel Souto Maior em 1994, o filme é uma adaptação para o cinema que descreve a trajetória do médium, que viveu 92 anos desta vida terrena desenvolvendo importante atividade mediúnica e filantrópica. Fechava os olhos e colocava no papel poemas, crônicas e mensagens. Seus mais de 400 livros psicografados consolaram os vivos, pregaram a paz e estimularam caridade. Para os admiradores mais fervorosos, foi um santo. Para os descrentes, no mínimo, um personagem intrigante. Este é a sinopse de mais uma obra brasileira dirigido por Daniel Filho. A história revela passagens de sua vida, suas obras magníficas e com tudo temos uma certeza: Temos direito ao LIVRE ARBÍTRIO. Muitas pessoas acreditam que o espiritismo é coisa do diabo, vivemos em um tempo de enormes crises, egoísmos, o individualismo, sem perdão no coração do seres humanos, políticos corruptos, doenças...Essas coisas são de Deus? Você já parou para pensar por que as coisas acontecem de formas inesperadas, de uma maneira que não conseguimos compreender, você acha que é capaz de tudo, acha que tem poder de mudar o rumo das coisas, de fazer girar o mundo ao contrário? Não, não tem, ninguém é merecedor de tais forças. Você seria capaz de renunciar, ter compaixão, dignidade e simplesmente um pouco de honestidade? Bom, somos assim, uns mais e outros menos. O filme nos leva a entender que o único poder que temos é o da caridade e o único sentimento que pode transformar as coisas e a nós mesmos é o amor. Como se diz no maior livro de sabedoria, a bíblia, em I Coríntios 13 “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria”. Desde tempos remotos o amor reina, sem este sentimento tão intenso o mundo jamais seria transformado, restaurado e continuado. Não precisa defender nenhuma religião para ir assistir o filme, eu não tenho religião alguma, apenas acredito em Deus e poderes divinos, algo superior e extraordinário, mas que a história deste médium é incrível e que os atores Ângelo Antônio e Nelson Xavier dão conta do personagem com muitíssimo talento, e a infância é de emocionar, eu me emocionei. A cena de Chico Xavier conversando com a mãe é de fazer analisar muitas coisas da vida e morte. Acho este tipo de doutrina uma verdadeira literatura, rara e incompreensível, você nunca mais será igual e algo fará alguma diferença, tenha certeza disto. O mundo é enigmático e as pessoas estão em constante evolução. “A palavra do guia é agradável e amiga, mas o trabalho de iluminação pertence a cada um”. E posso felizmente terminar minhas palavras com palavras que florescem minh’alma “Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim”.

*Imagem Google

Quem matou Zefa Fauna?

Ambientado entre a Europa e a América Latina e tendo Natal, o romance “Quem Matou Zefa Fauna?”, do escritor Guto de Castro, retrata os efeitos da 2ª Guerra Mundial na América Latina. O livro, no mercado brasileiro desde 2007, dá ênfase a vida dos americanos em Natal no Rio Grande do Norte, bem como a vivência dos judeus em campos de concentração nazistas. Conheci o autor Guto de Castro em Mossoró, na feira do livro, comprei um exemplar para matar minha curiosidade na pergunta de capa. Guto nasceu em Mossoró e reside em Natal desde 1978. Zefa Fauna, a personagem principal, é um exemplo de quem busca sonhos, nesta vida tão ordinária, embora por caminhos tortuosos. Guto retrata no livro a indústria da morte na Alemanha, execuções em massa, as torturas aos judeus, de como o bairro Ribeira era fascinante, a relação ao nazismo no mundo, a guerra, Hitler, o samba, os criminosos de guerra, a queda do III Reich, bordel, o holocausto...Zefa, uma menina pobre de Mulungu, município de Macau no Rio Grande do Norte, uma jovem que queria vencer na vida, conhecer os americanos, as roupas, tomar sorvete, beber Coca-cola e via a possibilidade de se casar com um Yanque e ter com ele um grande futuro. Guto escreve o cortejo de Zefa com lindas palavras, “sob o céu, a Aeronáutica sobrevoava o Potengi, voos razantes...O cadetes jogavam flores sobre o telhado”. Concordo com o autor, em suas palavras, mais de meio século depois, lembrar essa história para as novas gerações é um dever não apenas dos judeus, mas de toda a humanidade. Principalmente, em tempos de Internet, quando os revisionistas neonazistas negam a existência do ‘Holocausto’.

O livro vale muito a pena, narra o maior momento da cidade na história mundial no período da segunda Guerra Mundial, onde os norte-americanos procuravam uma aproximação com o Brasil, com o objetivo de construir bases aéreas no Nordeste Brasileiro. E Zefa, uma mulher corajosa e sedutora, era a mais desejada da cidade e de todas as tropas. “Enquanto o mundo se matava, Zefa ensinava o homem a amar”. O livro é uma verdadeira fonte de realidade intensa.

O Velho e o mar...

Meu carro pára numa esquina da praia de Copacabana às 9h30m e vejo um velho vestido de branco numa cadeira de rodas olhando o mar à distância. Por ele passam pernas portentosas, reluzentes cabeleiras adolescentes e os bíceps de jovens surfistas. Mas ele permanece sentado olhando o mar à distância. O carro continua parado, o sinal fechado e o estupendo calor da vida batia de frente sobre mim. Tudo em torno era uma ávida solicitação dos sentidos. Por isto, paradoxalmente, fixei-me por um instante naquele corpo que parecia ancorado do outro lado das coisas. E sem fazer qualquer esforço comecei a imaginá-lo quando jovem. É um exercício estranho esse de começar a remoçar um corpo na imaginação, injetar movimento e desejo nos seus músculos, acelerando nele, de novo, a avareza de viver cada instante. A gente tem a leviandade de achar que os velhos nasceram velhos, que estão ali apenas para assistir ao nosso crescimento. Me lembro que menino ao ver um velho parente relatar fotos de sua juventude tinha sempre a sensação de que ele estava inventando uma estória para me convencer de alguma coisa. No entanto, aquele velho que vejo na esquina da praia de Copacabana deve ter sido jovem algum dia, em alguma outra praia, nos braços de algum amor, bebendo e farreando irresponsavelmente e achando que o estoque da vida era ilimitado. Teria ele algum desejo ao olhar as coxas das banhistas que passam? Olhando alguma delas teria se posto a lembrar de outros corpos que conheceu? Os que por ele passam poderiam supor que ele fazia maravilhas na cama ou nas pistas de dança? Me lembra ter lido em algum lugar que o inconsciente não tem idade. Ah, sim, foi no livro de Simone de Beauvoir sobre "A velhice". E ali ela também apresentava uma estatística segundo a qual por volta dos 60 anos poucos se declaram velhos; depois dos 80 anos, só 53% se consideram velhos, 36% acham que são de meia-idade e 11% se julgam jovens. Não sei porque, mas toda vez que vejo um senhor de cabelos brancos andando pela praia penso que ele é um almirante aposentado. Às vezes, concedo e admito que ele pode ser também da Aeronáutica. Por causa disto, durante muito tempo, vendo esses senhores passeando pela areia e calçada, sempre achava que toda a Marinha e Aeronáutica havia se aposentado entre Leblon e Copacabana. Mas esses senhores de short e boné branco que passam às vezes em dupla pelo calçadão, são mais atléticos que aquele que denominei de velho e, sentado na cadeira, olha o mar. Ele está ali, eu no meu carro, e me dou conta que um número crescente de amigos e conhecidos tem me pronunciado a palavra "aposentadoria" ultimamente. Isto é uma síndrome grave. Em breve estarei cercado de aposentados e forçosamente me aposentarão. Então, imagino, vou passear de short branco e boné pelo calçadão da praia, fingindo ser um almirante aposentado, aproveitando o sol mais ameno das 9h30m até cair sentado numa cadeira e ficar olhando o mar. Me lembra ter lido naquele estudo de Simone de Beauvoir sobre a velhice algo neste sentido: "Morrer, prematuramente, ou envelhecer: não há outra alternativa." E, entretanto, como escreveu Goethe: "A idade apodera-se de nós de surpresa." Cada um é, para si mesmo, o sujeito único, e muitas vezes nos espantamos quando o destino comum se torno o nosso: doença, ruptura, luto. Lembro-me de meu assombro quando, seriamente doente pela primeira vez na vida, eu me dizia: "Essa mulher que está sendo transportada numa padiola sou eu." Entretanto, os acidentes contingentes integram-se facilmente à nossa história, porque nos atingem em nossa singularidade: velhice é um destino, e quando ela se apodera de nossa própria vida, deixa-nos estupefatos. "O que se passou, então? A vida, e eu estou velho", escreve Aragon. Meu carro, no entanto, continua parado no sinal da praia de Copacabana. O carro apenas, porque a imaginação, entre o sinal vermelho e o verde, viajou intensamente. Vou ter de deixar ali o velho e sua acompanhante olhando o mar por mim. Vou viver a vida por ele, me iludir que no escritório transformo o mundo com telefonemas, projetos e papéis. Um dia, talvez, esteja naquela cadeira olhando mar à distância, a vida distante. Mas que ao olhar para dentro eu tenha muito que rever e contemplar. Neste caso não me importarei que o moço que estiver no seu carro parado no sinal imagine coisas sobre mim. Estarei olhando o mar, o mar interior e terei alegrias de nenhum passante compreenderá.

Affonso Romano de Sant'Anna

* Imagem Google

Reflexão ... A Água do Mundo --> Léo Jaime


"Vou correndo, como se isso me fizesse escapar dos pingos da chuva que se inicia. Menos tempo na chuva, pode ser ilusório, mas tenho a impressão de que ficarei menos molhado, de que chegarei menos ensopado. Com o canto do olho observo o senhor que com a mangueira termina de limpar a calçada, mesmo sabendo que a chuva há de modificar todo o cenário nos próximos instantes. Ou vai trazer de volta toda a sujeira que ele está tirando ou vai lavar outra vez o que ele acabou de lavar"

(...)

"As forças amorais na natureza. Quando passa um furacão levando tudo, bons ou os maus, estão todos ameaçados. Quando chove muito e tudo começa a inundar, anjos e demônios poderão estar, em breve, igualmente submersos. Quando a água falta, senhores e escravos morrem da mesma sede. Há forças mais poderosas que a maldade humana"



www.blonicas.zip.net

Selinho "Pense Num Blog Arretado da Gota" ... Recebido da amiga Lúcia, fiel leitora do ♥ Argumento Poético ♥, desde já agradecendo repassado...

Selo para o Blog que ganhei.

(Ganhamos)

Ganhei meu segundo selo de Blog, um lindo Selinho da amiga Lúcia e

gostaria de agradecer pelo carinho.

Todos que visitam o blog e comentam, meu muito obrigada...

As regras para ganhar o selo é repassá-lo para dez pessoas.

Eis a Lista:

1 Jefh Cardoso: www.jefhcardoso.blogspot.com

2 Carlos Fialho: www.blogdofialho.wordpress.com

3 Cefas Carvalho: www.cefascarvalho.blogspot.com

4 Lau Siqueira: www.lau-siqueira.blogspot.com

5 Josselene Marques: www.purainspiracao2009.blogspot.com

6 Larissa Araújo: www.larisaraujo.blogspot.com

7 Caio Muniz: www.camelagemvirtual.zip.net

8 Fábio Dudas: www.fabiodudas.blogspot.com

9 Pedro Henrique: www.emailpublicado.blogspot.com

10 Carlos Santos: www.blogdocarlossantos.com.br


Obs: Foi difícil fazer as escolhas, tive de deixar muitos de fora, certamente haverá outras oportunidades! Sucesso para todos nós.


Sulla Mino



Contos que Conto ... MALVINO

Não era um lugar desconhecido, era meu quarto, meu pequeno e confortável cantinho, tão real eu acordei e fiquei uns minutos na dúvida, se havia acordado mesmo ou adormecido, tirado um cochilo como de costume nos fins de tarde.

O despertador não soou, minha neta Camile não veio pular na cama esta manhã e o Rex não apareceu para lamber-me o rosto, o dia estava começando estranhamente tranquilo.

Não ouvi a fúria da criançada no lado de fora da casa, nem automóveis passavam naquele minuto, havia uma calmaria intensa e até o sol não apontou pela brecha da janela, o dia estava fechado, parecia dia de domingo, quando eu ia visitar minha sogra.

Fui até a cozinha avistar o café da manhã, Eulália minha querida esposa não preparou meu café forte neste dia de hoje, nem minhas torradas com geléia de uva. A casa estava fazia comigo. O cheiro de flores era forte no ar. Voltei ao quarto e nele caminhei de um lado para o outro traquinando o que fazer, resolvi descansar um pouco, ainda era cedo demais, talvez Eulália tivesse ido comprar pães e queijo minas.

E em poucos instantes notei uma breve música soando, vindo da sala. Beethoven, minha canção preferida, levantei-me lentamente e lá estavam todos, aconchegados na sala de estar provando os salgadinhos de Eulália e Camile correndo por entre os convidados, no seu vestido de festa. Rapidamente voltei ao quarto para colocar uma roupa mais apropriada.

Coloquei meu terno preto, a camisa de dentro num tom lilás e os sapatos já estavam engraxados, estupidamente lustrosos. A barba não precisava aparar, estava perfeita. Caminhei até a sala, os convidados estavam na atenção as palavras que Eulália me prestava, dizia aos amigos sobre este dia, aniversário de 68 anos e que certamente eu renascia, provavelmente em algum lugar bonito, numa calmaria que tanto eu almejava.

Descia as escadas lentamente, apreciando o palavreado fino na voz de minha esposa, seu vestido era lindo, havia comprado a pouco, ela queria usar em um momento especial deste ano, disse certa vez. Parei no vigésimo degrau, os convidados ainda não perceberam que eu estava ali, eu quis apreciar aquela linda cena, Eulália com o penteado favorito, a homenagem ao tipo de homem que sou e as coisas boas que fiz na vida, todos sabiam que eu estava ali, na espreita, e minha chegada na sala seria o grande final, melhor dizer que seria o início da festa. Sabia que não iriam esquecer do meu dia, meu aniversário este ano era bem esperado, principalmente por Camile, que desde semana passada pedia para não esquecermos do brigadeiro com granulado colorido.

E assim estava sendo, a mesa de doces com todos os tipos e cores, os salgados de todas as formas e sabores, bebidas das mais variadas, flores por toda a parte e até uma linda moldura com meu retrato predileto, uma pose de pensador quando eu tinha uns 40 anos de idade.

A campainha soou, a grande entrega chegara. Eulália deu uma pausa no discurso e fora receber a encomenda, certamente era um lindo bolo.

Tive de descer uns degraus para ver melhor a caixa que fora entregue, estava em cima de uma linda bancada, era uma urna preta com a lateral em ouro. As taças já estavam postas na mesa e a bebida aberta para o grande brinde. Um pouco da tradição Irlandesa invadia minha casa. Todos sorriam e festejavam.

Minhas cinzas prontas, eu caminhava e sumia repentinamente entre eles...



* Imagem Google

Crônica Por sulla Mino...“Lá em casa também tem Vanda” (Parte I)

Nada melhor que homenagear uma mãe no dia dos pais. “Lá em casa também tem Vanda”, parece propaganda de tinta, não é não. Vanda é uma mulher maravilhosa. Não é o tipo de mulher capa de revista, embora sempre ter sido bela, uma beleza diferente.

Quando nova tinha o cabelo comprido e preto, sempre foi muito magra e recebia cantada dos rapazes sempre que andava pela rua. Sua vida e de seus familiares sempre foi uma incógnita pra todos, sei muito pouco e pouco ela falou. Acho que para nos poupar. Os romances foram poucos, sempre trabalhou capinando, sofreu bastante. Um dia resolveu fugir e ir morar com o pai dela, ele morava no Rio de Janeiro, já estava separado da sua mãe um tempo. Teve de mentir idade para viajar, foi ajudada pelo irmão, cavalgou um tirão e depois de muitos recursos chegou a capital.

O pai já estava casado e a esposa dele se tornou a “mainha” dela. Vanda já conhecia o homem da sua vida, já namoravam, se encontraram no Rio e casaram. Anos mais tarde foi apresentada as suas filhas a verdadeira avó, Joana, ela mora no interior da Paraíba, um encanto de pessoa. Primos, primas, tias. Foi um encontro rápido, com uma das filhas, sem mágica. A avó não sabia quem era a neta e ainda achou que a mãe da menina era a sogra, muito cômico, D. Vanda exclamava no ouvido da mãe: - Mãe, eu sou a mãe dela, eu que sou a sua filha. A neta e sogra morriam de rir do episódio, a avozinha achava que a neta parecida com a madame bonita e não com a “verdadeira” mãe. Vanda ficou anos sem ter notícias da família e quando teve ficou muito feliz e desde então, todo ano ela faz uma viagem para visitá-los. Ela ajuda bastante também.

Vanda é muito pobre e tem o coração de ouro. Ela chega ser boba de tão boa que é. Dona Vanda é daquelas que tira a roupa do corpo para doar se for necessário, tem um coração que não cabe no peito de tão grande e acolhedor. Passou apertos na vida e não deseja o mesmo para ninguém. É um símbolo de caridade em pessoa. Nunca negou um copo d’água ou um prato de comida a quem quer que fosse. Acorda muito cedo, sua labuta é grande, na verdade posso dizer que ela não dorme, cochila. Já passou momentos difíceis, nos dias de hoje inclusive, já tomou muita medicação contra a depressão e ansiedade. Muitos problemas rodam em sua volta, com o marido que quer ser jovem a vida inteira, com as filhas que dão trabalho, os netos...

Ela só sabe chorar, acho que chora 97% de sua vida, diariamente, chora quando assiste novela, quando a vizinha está doente, quando um sabonete não tem o perfume que gosta, uma melancolia desmedida. Vanda teve várias chances de seguir a vida de uma outra maneira, nunca foi, nunca deixou as filhas, nem no pior momento, naquele em que ninguém ficaria. Já não quero entender mais nada, acho que ninguém quer, cada um tem uma maneira de ver a vida passar. Suas ações são sempre para o bem, mesmo não tendo estudo, não sendo uma mãe experiente, ela é um exemplo de bondade.

Sei que Deus reserva um lugar especial pra ela, é melhor ela gritar um palavrão bem alto, para poder não passar direto e entrar em órbita. E a sua mãe leitor, como é? Também tem uma Vanda na sua casa?

Nunca ensinou nada em especial, não orientou as filhas para as coisas da vida, não foi preciso, só amar foi o suficiente. Quando as filhas eram pequenas, ela fazia de tudo para não passarem fome, podiam não ter o melhor, mais tinham algo para comer, ela fazia as roupas, costurava desde as calcinhas aos vestidos, sempre cuidou do cabelo das meninas, parecia brincar com bonecas.

As meninas aprenderam fazer “Maria Chiquinha” nas bonecas, iguais ao que ela fazia, as bonecas eram de sabugo de milho, e a preferida se chamava Su. As filhas tratam a mãe como se ela fosse criança, quando ela foi levada ao shopping pela primeira vez e ela teve medo de ir à escada rolante, foi um mico danado, as outras irmãs não quiseram ir, apenas uma foi à classificada, a gargalhada rola quando lembram do episódio.

Continua...

* Imagem: Sulla Mino (Arquivo Pessoal)



"Lá em casa também tem Vanda" --> Parte II


E quando as filhas saíam com ela, não podiam perdê-la de vista, igual criança mesmo, ela se perde e fica doidinha atrás do responsável.

Ela não tem conhecimento do mundo que vive, não vê maldade em nada e em ninguém, é humilde demais. Muito prestativa isso sim ela é.

Trabalha para um padre tem muitos anos, todo sábado vai ao escritório dele tirar o pó dos milhões de livros, limpa a geladeira, nada muito, ele paga pouquíssimo, quando paga, acredita que o padre já deu vários calotes? É verdade, até um padre é vigarista nesta vida. Ela vai todo sábado, às vezes nas terças, e quando ele diz que não tem dinheiro, ela pede para deixar pra lá, que Deus dá em dobro.

Ela tem pena por ele ser uma pessoa de idade. Sonha com a felicidade das filhas, quer sempre que estejam bem, isso conforta seu coração e ela acaba ficando superbem junto com todas elas. Teve um tempo que ela começou a catar latinhas na rua, isto mesmo, não podia avistar uma que pegava e colocava na bolsa, necessidade? Não, não mesmo, vendia para ajudar outras pessoas, nunca ficou com nenhum centavo que fosse, todo mundo morria de vergonha desta proeza dela. Não que catar coisas para vender seja vergonha, não é bem isso, mas ver uma mãe fazendo isto sem precisar é o fim da picada, até comprava refrigerante para poder utilizar a bendita latinha, realmente é a “treva”. Fora às costuras, os vizinhos dão a roupa para ela fazer ou dar um arremate e ela fica com vergonha de cobrar, diz sempre “a pessoa é mais pobre que eu”, e acaba não cobrando, sempre foi assim, hoje eu escrevendo sobre estes assuntos, se tornam engraçados, será que são realmente?

Eu precisaria de um espaço maior, um livro, pelo menos, para decifrar ou contar a história da Vanda, estas simples linhas, por mais que eu tente não conseguiria resumir sua vida e obra, esta ilustre personagem tem muito o que falar. Só um “tantinho” deixo aqui.

Vanda já sofreu demais por todas as filhas, não crucifico estas doideiras. Quando ela foi ter a filha caçula, chovia muito, ela foi com a vizinha, andaram uma rua comprida até o ponto de ônibus, embaixo de uma chuva torrencial para chegar à maternidade. Uma mãe deve passar por isto? Dizem que é o melhor momento de uma mulher...Assim?

Sofreu nas idas e vindas do hospital com a outra filha, os médicos nunca disseram o que ela teve, a menina só ficava internada, com aparelhos na cabeça, louca ela não é, tem o juízo melhor que o meu. Sem contar das vezes que deixou de comer para que o prato de comida desse para todas comerem. Isto não tem preço.

Em todas as datas comemorativas, devemos nos lembrar da mãe, porque só ela sabe fazer todos os papéis, sempre será única e sem substituição.

A Vanda lá de casa pode não ser instruída inteligentemente, pode não ter feito o ginásio ou faculdade, pode até não ter méritos de alguns cursos ou ser expert em psicologia infantil, mas ela tem o maior e melhor grau que esta vida pode proporcionar, de ser simplesmente minha mãe.

FIM

Poesia por Sulla Mino...Morrer




Morrer?

Nem sei se agora...

O pensamento embaralha,

mas sangue fresco derrama pelo chão.

O tempo na ampulheta termina.

As ideias,

vale deixá-las a quem não lê?

E as letras tortas e

mal desenhadas no papel cuspido?

Vale ir a lugar nenhum?

Levantar da terra úmida,

precisando de ar,

do oxigênio que pulsa no lado de fora,

na vida,

no barranco de mentiras

Nem sei se vale querer partir ou

sorrir porque a morte tem sabor doce na boca.


*Imagem Google

Resenha do Filme --> Sherlock Holmes

Sherlock Holmes é um personagem de ficção da literatura britânica criado pelo médico e escritor britânico Sir Arthur Conan Doyle, publicado originalmente pela revista Beeton's Christmas Annual em novembro de 1887. Holmes é um investigador do final do séc. XIX e início do séc. XX que aparece pela primeira vez no romance A Study in Scarlet (Um estudo em Vermelho).

Neste mês de janeiro de 2010 já é possível ver nos cinemas brasileiros “Sherlock Holmes”, novo filme de Guy Ritchie, que traz o famoso detetive britânico como protagonista, vivido por Robert Downey Jr. e seu parceiro John Watson, interpretado por Jude Law. Em 1870, na Londres vitoriana, pessoas são acometidas de alucinações em virtude de serem atingidas por um dardo, com as visões as levando à morte, como mostra O Enigma da Pirâmide de 1985, dirigido por Barry Levinson, Holmes vivido por Nicholas Rowe. Já em 2009, depois de uma série de assassinatos violentos ligados a rituais, bruxarias, forças malignas e poderosas, Holmes envolve-se em uma batalha contra o crime na Inglaterra, utilizando suas habilidades físicas e mentais.

Guy Ritchie continua utilizando o mesmo estilo que o consagrou em seus trabalhos anteriores como Snatch - Porcos e Diamantes ou Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes. Muita ação, cortes de grande rapidez, enquadramentos diferenciados, ritmo incessante, muito sarcasmo também.

O filme recebe muita crítica: “Agora, temos um Sherlock que briga, que dá socos e pontapés com total eficiência, de muita ação física, e capaz de escapadas magníficas típicas de um Indiana Jones”, “o cachimbo permanece, já seu chapéu de detetive não mais, figurino regular”.

Downey Jr., ótimo como sempre, meio chateado com seu fiel escudeiro Watson que está prestes a se casar e a abandonar o mundo das investigações. É neste contexto de despedida que a famosa dupla vai tentar resolver o mistério de Lord Blackwood, um poderoso político inglês preso e condenado por assassinato, mas que continua aterrorizando Londres mesmo após o seu enforcamento. O filme contém muita ação, escapadas mirabolantes de Holmes, brigas, intrigas e suspense. Não é a mesma coisa quando se os livros, mas vale à pena conferir.


*Imagem Google


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