Tenho sede, uma absurda vontade de goles grandes de palavras "malditas" (...)

Espantalhos do tempo

Sairemos destes pastos e
caminharemos por aí errantes,
corajosos de medo.
Ficaremos como vultos na neblina,
aquietaremos nossas bocas e
abafaremos as marcas deixadas pelos
nossos pés,
estes que não correm e não existem.
Vagaremos pela redondeza como vampiros,
como sombras da morte,
feito escudeiros do pavor,
cobertos com véu do desespero.
A vertigem não retardará,
nem a selva mórbida e crua
nem o vento do Norte,
nem o movediço chão,
nem este pânico e este fel
dos nossos corpos de palhas.
Os pastos vazios não têm serventia alguma.

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