Tenho sede, uma absurda vontade de goles grandes de palavras "malditas" (...)

2011 será igual a 2010, 2009, 2008,2007...




Lamento informar mas 2011 será igual a 2007.
Haverá enchentes, secas, acidentes, atentados.
Haverá Oscar, Prêmio Nobel, Fórmula 1, Brasileirão.
Tem gente que vai nascer e tem gente que vai morrer.
Tem gente que vai casar e tem gente que vai separar.
Tem gente que vai perder o emprego e tem gente que vai começar um trabalho novo.

Tem gente que vai sarar de doenças e tem gente que vai ter problemas de saúde.
Haverá uma loira em sua vida (Ôpa! Ora se vai).
Você terá uma oportunidade de viagem.
Você terá uma notícia inesperada.
Haverá novas eleições, mas os políticos serão os mesmos.
Haverá guerra e paz, frio e calor, caos e ordem, yin e yang, como sempre foi e sempre será. A boa notícia é que, mesmo que o mundo não mude, VOCÊ pode mudar.
Só você pode mudar e passar por todas essas coisas que fazem parte da vida com mais sabedoria e dignidade.
Não desejo a você um ano novo com tudo de bom, porque isso é irreal.
Desejo que você tenha CORAGEM (= coração que age) para fazer mais por você mesmo e criar um VOCÊ NOVO.
Faça-se novo

Meu Aniversário este ano - O Convite

Como você sabe, está chegando novamente a data do meu aniversário. Todos os anos fazem festa em minha honra e creio que este ano acontecerá a mesma coisa. Nesses dias as pessoas fazem muitas compras. O rádio, a TV fazem centenas de anúncios. Por todo o canto não se fala em outra coisa a não ser nos preparativos para o grande dia. É bom saber que ao menos um dia por ano algumas pessoas pensam um pouco em mim.

Como você sabe, há muitos anos começaram a festejar meu aniversário. No começo pareciam compreender e agradecer o que fiz por eles, mas hoje em dia, ninguém sabe por que razão o celebram. As pessoas se reúnem e se divertem muito, mas não sabem do que se trata...Estou me lembrando do ano passado: ao chegar o dia do meu aniversário, fizeram uma grande festa em minha honra. Havia coisas deliciosas na mesa, tudo muito decorado e havia muitos presentes...Mas sabe de uma coisa? Não me convidaram! Eu era o convidado de honra e ninguém se lembrou de me convidar. A festa era para mim e quando chegou o grande dia, fecharam a porta na minha cara. Bem, eu queria partilhar a mesa com eles.

A verdade não me surpreendeu porque, nos últimos anos, muitos me fecharam a porta. Como não me convidaram, ocorreu-me entrar sem fazer ruído. Entrei e fiquei num cantinho. Estavam todos brincando, alguns já estavam embriagados, contando piadas, rindo, divertindo-se. Aí chegou um velho gordo, vestido de vermelho, com barba branca e gritando: Ho!Ho!Ho!. Parecia ter bebido demais...Deixou cair pesadamente numa cadeira e todos correram para ele dizendo: Papai Noel! Papai Noel! Como se a festa fosse para ele.

Quando chegou meia-noite, todos começaram a abraçar-se. Eu estendi meus braços esperando que alguém me abraçasse...Quer saber? Ninguém me abraçou. De repente, todos começaram a entregar presente. Um a um, os pacotes foram sendo abertos. Cheguei perto pra ver se, por acaso, havia algum pra mim -Nada! O que você sentiria se no seu aniversário todos se presenteassem e não dessem nenhum presente para você? Compreendi então, que estava sobrando na festa...Saí sem fazer barulho, fechei a porta, fui embora...

Cada ano que passa é pior: as pessoas só se lembram da ceia, dos presentes, das festas...De mim ninguém se lembra. Gostaria que, neste natal, você me permitisse entrar na sua vida, reconhecendo que há mais de dois mil anos vim ao mundo para dar minha vida na cruz e, assim, poder salvar você. Hoje só quero que acredites nisso com todo o coração. Vou dizer-lhe uma coisa, já que muitos não me convidaram para a festa que fazem, vou fazer a minha própria festa, uma festa grandiosa como ninguém jamais fez. Estou nos últimos preparativos e expedindo os convites. Este é especial para você. Só quero que você me diga se quer vir. Reservei um lugar para você e incluirei seu nome na lista que confirmaram. Os que não aceitarem, ficarão de fora.

Prepare-se porque quando tudo estiver pronto, quando menos se esperar, darei minha grande festa. Não esqueça de enviar este convite aos seus amigos, aqueles especiais, assim como você é para mim. Afinal, “muitos serão convidados, mas poucos serão os escolhidos”, sabe por quê?

Poucos aceitarão o convite.

Poesia por Sulla Mino...Arte

Aflito-me em teu corpo sem quê,

nem por quê,

sinto teu gosto, sonhando talvez,

como calafrios e vultos de prazer...

Deito-me em teu pensamento,

talvez com medo de acordar só

estando bem acompanhada...

Não pode ser sonho,

quando pinto teu rosto na minha tela

ou quando molho meus lábios em teu suor...

Estou amando ou brincando de arte!

Meu ego louco,

pintar um quadro que nunca vai

para a parede,

um amor que nunca sai da cama,

uma frase que nunca sai da boca,

tento enganar a noite,

agora já dia,

volto e cochilo.

Mary e Max




















Mary e Max é um filme Americano/Australiano, longa-metragem escrito e dirigido por Adam Elliot, escritor e diretor de animação baseado em Melbourne , na Austrália. Seus filmes participaram coletivamente em mais de seiscentos festivais e receberam mais de cem prêmios, inclusive um Oscar para Harvie Krumpet . Em junho de 2009, o filme Mary e Max venceu o Cristal do Annecy International Animated Film Festival. Em 2010, o Centro Australiano para a Imagem em Movimento exibe uma exposição de arte do filme. O longa acontece 1976 e conta a história da amizade, que dura há 22 anos entre Maria, de 8 anos, solitária, que mora em Mount Waverley, um subúrbio de Melbourne, na Austrália, e Max, de 44 anos de idade, um obeso, judeu ateu com síndrome de Asperger , que vive em Nova York. O filme aborda vários temas sombrios incluindo negligência, suicídio, depressão e ansiedade. Desenvolvido com a técnica do stop-motion e finalizado com a ajuda da computação gráfica, o filme é baseado em fatos reais, sobre a amizade entre uma menina e um novaiorquino. Ela é gordinha, desajeitada, muito curiosa; sua mãe é uma alcoólatra depressiva e seu pai trabalha numa fábrica. Max é um senhor que sofre da Síndrome de Asperger, recluso em sua casa, seus pensamentos lógicos e seu vício em cachorro quente de chocolate. É possível pensar que se trata de uma animação de história engraçada, mas o que se vê é um drama cômico, e impressiona pela densidade e rumos inesperados que a história sofre. Mary “vê” tudo em tons marrons, enquanto que Max “vê” tudo em preto-e-branco. O que acontece quando as duas visões de mundo se encontram é profundo e bonito. Os personagens encantam e emocionam do começo ao fim, assim como a bela trilha sonora instrumental. Uma overdose muito bem vinda de originalidade, uma frase, dita pelo médico de Max, Dr Hazelhof, resume o filme: “a vida de todo mundo é como uma longa calçada. Algumas são bem pavimentadas, outras (…) têm fendas, cascas de banana e bitucas de cigarro”, como diz a extensa crítica de Fred Burle, com todas as suas essenciais e magníficas palavras. Pensei em muitas fases da minha própria vida, aqueles instantes, muitas vezes longos, em que não temos amigos e somos rejeitados? Pois é, o filme nos leva a fantasiar, questionar nossas dúvidas, maneiras de agir e até de pensar. Chorei, as cenas nos levam à tantas lembranças, esperanças, a gente passa a perceber como magoamos as pessoas em nossa volta, somos mesquinhos. O amor, só ele é capaz de mudanças em nossas vidas, de transformar o amargo em doce, valorizar uma amizade, mesmo que à distância. Todos nós temos conflitos, dos mais diversos possíveis e a melhor maneira de viver, é vivê-los. O filme vale a pena e finalizo com a expressão de Fernando Pessoa “O próprio viver é morrer, porque não temos um dia a mais na nossa vida que não tenhamos, nisso, um dia a menos nela”.


Mitologia por Sol Firmino...O cavalo alado Pégaso


O famoso cavalo nasceu, segundo a mitologia grega, do sangue daMedusa, após esta ser decapitada por Perseu. Pégaso é apresentado como oriundo do pescoço da Górgona, junto com o gigante Crisaor, ambos gerados na união com Poseidon, mas também aparece como gerado pela Terra fecundada com o sangue da Medusa.

Medusa teria sido uma bela mulher, mas ousou se comparar em beleza com a deusa Atena, que, irritada com a pretensão, transformou os cabelos da jovem em serpentes e deu aos seus olhos o poder de transformar quem a visse em pedra. Uma variante do mito diz que Poseidon teria violado Medusa dentro de um templo de Atena, por isso a deusa a teria punido.

(...)

Solange Firmino

Leia o texto completo na coluna Mito em Contexto, em Blocos online.


Imagem: Belerofonte e Pégaso.

Contos que conto...Leandra


Leandra acorda no hospital. Depois de ter sofrido em casa com sua família, de ser considerada louca varrida, se jogou nas águas turbulentas da praia, a praia que ela mais gostava no Rio de Janeiro.

- não se preocupe mocinha, agora está fora de perigo, dizia o doutor. Leandra não quer estar na maca fétida e fria de um hospital, quer voltar ao mar, ao lado turvo e sombrio, no fundo daquela água cheia de vida.

O soro adentrando em sua veia, mesmo assim não fará desistir de voltar ao reino submarino, voltar para um tempo que se passa diferente deste aqui. No seu pensamento o momento do beijo e do sim, do palácio planejado e arrumado para a cerimônia religiosa do príncipe encantado. Alguns dias depois, em sua plena recuperação, Leandra volta para casa e o interrogatório do seu ato cruel começa e para ela foi a gota d’água ou o momento ideal para novamente se atirar, se jogar na água salgada e voltar aos braços de seu príncipe do mar.

Dias e noites seus passos eram de um lado para o outro do quarto, maquinando como sairia de casa, daquela prisão domiciliar. Não agüentava mais sermões estúpidos vindos da boca do pai ou teorias inúteis da Dra. Sandra, a tal psicóloga recomendada pela vizinha do apartamento três, uma bêbada e divorciada. Leandra maquina sua fuga à praia, se loucura ou estupidez, foi o que fez com sucesso.

A areia estava fria com o cair da noite, as ondas vinham e pareciam beijar os seus pés. Seus olhos se fecham decidindo obrigar seu pensamento a imagem de Karo, o príncipe. Atirou-se e nadou, nadou... No reino encantado na profundeza de sua praia, Leandra já estava no “sim” quando lhe fora perguntado se o aceitava Karo como marido. Dançaram a valsa, aproveitaram a festa e depois saíram no cavalo marinho, presente de casamento. E num piscar de seus olhos, não estava mais no encanto da súbita fantasia criada em um instante em que fora deixada só.

- Você ficará bem não se preocupe. Dizia um senhor de barba branca com um fichário na mão. Estou novamente aqui, no mesmo quarto frio que me envolve toda vez que tento ao menos um pouco viver, era o pensamento de Leandra num olhar frenético para aquele médico, este que certificava suas amarras e sedava seu corpo da dor.

O semblante da jovem ficava melhor com aqueles sedativos, ela não teria nenhuma crise por um tempo. Então, ela olhava calmamente para aquele quadro na parede do quarto e sorria como uma criança que acabara de receber um doce.

O quadro é antigo de uma praia do Rio de Janeiro, retratando suas ondas, um ser cujo corpo era de homem até a cintura, e de peixe daí para baixo, que atraía jovens para o fundo do mar onde morriam.

Leandra adormecia olhando para ele.

Espantalhos do tempo

Sairemos destes pastos e
caminharemos por aí errantes,
corajosos de medo.
Ficaremos como vultos na neblina,
aquietaremos nossas bocas e
abafaremos as marcas deixadas pelos
nossos pés,
estes que não correm e não existem.
Vagaremos pela redondeza como vampiros,
como sombras da morte,
feito escudeiros do pavor,
cobertos com véu do desespero.
A vertigem não retardará,
nem a selva mórbida e crua
nem o vento do Norte,
nem o movediço chão,
nem este pânico e este fel
dos nossos corpos de palhas.
Os pastos vazios não têm serventia alguma.

(Museu)Memorial da Epopéia em Porto Seguro-Réplica Nau do Descobrimento, utulizado por Cabral no Descobrimento do Brasil em 1500...






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