Tenho sede, uma absurda vontade de goles grandes de palavras "malditas" (...)

Por Sulla Mino ...Mortos me levam (INÉDITA)

Os mortos dentro de mim se calam,

num silêncio ensurdecedor.

As velas no quarto se apagam,

e os vultos absolutos me empurram a

completar minha existência plena.

Antigos nomes me vêm a mente,

como um lampejo,

me apego às coisas vãs,

como uma caneta preferida de um artista.

Eles me elaboram, eles, os mortos, me moldam,

me despedaço nos argumentos de outrora,

feito cachimbo mal tragado.

Me afogo nas dúvidas medrosas,

feito lâmina cortante na mão de uma criança,

uma eternidade curta e sem prazo algum me consome.

Meu mortuário está pronto, os mortos

irão me levar, a corda do meu pescoço está pronta,

a lua some do céu e o mar se agita.

Sou deles agora, o quarto já não é mais meu,

nem minha voz, nem meu destino...

Meu corpo jaz em algum lugar do escuro.

Cordel por Aninha viola ...Janela



Poesia por Sulla Mino...Náufragos

Estamos sem respostas
neste tempo que aqui não passa,
no submundo dos avessos,
no vazio velho e perdido.
O horizonte tão distante de nós,
não vemos velas ou iates,
temos o sol escaldante da manhã e
só podemos sentir no rosto o frio da noite,
esta vista fora da varanda.
Quanto tempo ainda nos resta?
Somente som de ondas, sem palavras, sem rimas.
Acendemos a fogueira a lembrar luzes de Las Vegas,
brindamos com água de coco,
sentindo o gosto de Black Label,
fitamos estrelas, mesmo com o rosto sujo de
lágrimas e ao amanhecer a diversão é
desenhar na areia SOS.
Somos náufragos de um
momento que não volta mais,
de um instante que se perdeu no meio do nada,
nada nos bolsos e paletós,
lembranças nas mentes e
muita vontade de voltar para casa.
O sabor salgado não sai da boca,
a pele já muito bronzeada,
os cabelos já estão grisalhos,
quanto tempo estamos assim?
Não sabemos se o mundo lá fora
é melhor agora,
no vai e vem de automóveis,
ruídos de máquinas modernas,
fome, guerra, traições e doenças.
Somos náufragos de tolices,
o melhor é ficarmos ilhados...
Sem modernidades?
O problema é não poder voltar,
agora nada, nada, nadar.

"Peleja de Estudante" ...Alunos do 4º ano do Colégio Passos Firmes em Campina Grande-PB. Meu filho Johnny participou da Rima!


Rogério Nascente em ... Eu bem sei...

Não queira dizer o que fazer
A quem nunca soube bem o que dizer.
Nem diga que é fraqueza agir assim
Sempre pensei mais em você do que em mim.

Não queira ensinar o rumo certo
A quem já peregrinou pelo deserto.
Nem diga sem querer o que insinua
Quando o bem dissimular foi coisa sua.

Não queira ensinar sobre coragem
A quem sempre agiu com vil voragem.
Nem diga que era medo o que eu sentia
Se lhe proteger era tudo que eu queria.


Não queira dizer sobre o que é amor
A quem sempre amou, sangrou, sem dor.
Nem diga que era demasiado o meu querer
Se o que expandia em mim era a ânsia de lhe ter.

Não queira convencer sobre o que é verdade
A quem já se perdeu só, na saudade.
Nem diga que me quer e que me chama
Não acredito, eu bem sei que você não me ama...



http://recantodasletras.uol.com.br/autor.php?id=13718

Mário Rezende em ... ABSTRATO

A gente precisa de carinho

para adoçar um pouquinho a vida.

Necessita saber que tem alguém

que pensa na gente com amor.

Às vezes, distante parece tão perto,

obra da inexplicável natureza,

que pode, às vezes, parecer tão injusta

por nos fazer ficar no limite

entre o instinto, instigante, intrigante, atraente

e a razão insossa, insípida, deprimente;

que só no descuido permite acontecerem os desejos

que ficam vagando pelos pensamentos

e se realizam nos sonhos.

A gente sente, às vezes, necessidade

de sentir o gosto, o cheiro;

vontade de sentir o calor do roçar pele com pele

de olhar através da janela dos olhos

e ouvir os sussurros de amor

sob um cobertor de estrelas

e procurar encontrar sentido

nessa trama , nesse drama,

apesar do prazer que dá saber

que é a outra parte de alguém

e se deixar levar pelo poder ilimitado

que a imaginação permite realizar.

o parceiro presente, às vezes, é só estímulo tátil

para impulsionar a excitação

e o aumento da tensão,

que nasce e morre dentro de cada um,

porque o clímax do prazer,

é individual, único,

solitário.


http://mariorezendemeusescritos.blogspot.com

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