Tenho sede, uma absurda vontade de goles grandes de palavras "malditas" (...)

Começo meu Blog Literário este mês com a seguinte frase de Carlos Drummond de Andrade, que transborda em minha boca e conforta minh'alma: "Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo"

Contos que conto ...Coma

Torço para sair daqui e encontrar um beijo, um pecado, um morno abraço, um simples carinho...

Sei que me chamo Alba, me chamam assim desde o primeiro dia aqui e o meu pensamento de todos os dias, noites e madrugadas afora, pensamento tolo, é de estar perto do meu grande amor ou somente fora daqui.

Meu olhar mergulha em algum rosto, cobre o meu corpo, peço qualquer coisa pouca, um retorno.

Meu corpo ganha meu próprio leito, talvez minha morte devagar, bem lenta para ninguém perceber.

Meu todo sonha dormir enrolada nos braços dele, no homem que me fez sorrir por muito tempo, que me fez esquecer que o dia tem pouco tempo, que a lua que apontava no céu era só minha, as estrelas que brilhavam todas minhas e que eu podia ver da janela do meu quarto e poderia a guerra explodir lá fora, não me levantaria daquele momento, de qualquer momento quando eu estava com ele, de quando o mundo girava em mim e muitas vezes, girava só pra mim.

Meu coração já bate fraco, lento demais para eu tentar reagir a qualquer estupidez, já me sinto distante dos traços, nem sei se estou sonhando, meus olhos estão fechados muito tempo, tempo em que já não sonho, apenas fantasio, como uma loucura, um vício constante.

Tire-me daqui!

Penso no amor, como ele seria pra mim e como eu seria pra ele. Penso nele, todo segundo de minha dor.

Estas paredes me impedem de seguir além, correr por aí feito louca varrida, ou de pular, saltitar na areia da praia, como eu fazia quando criança... Estas pernas que não se movem mais, não me levam a lugar algum.

Só ele seria o meu melhor remédio, a gota de orvalho no jardim do meu paraíso, só ele tem o poder de me reverter, me recriar, se ele é meu amor, o que faço aqui?

Não sabem deste choro oculto que tenho toda hora, não perguntam sobre esta lágrima que molha meu rosto todas as manhãs e o vermelhidão dos meus olhos na noite que cai em mim, não querem saber da minha dor, esta que me corrói por dentro, uma dor calculada em aparelhos modernos.

Nove meses, eu poderia nascer e ao invés disto morro, por fora já não sou nada e aqui dentro de mim... Não sei o que há, alguém deve puxar os fios em breve.

Tire-me daqui!

A maca está fria, os bipes soam fracos e descompassados.

Tire-me deste coma, não quero morrer de amor.



Voo de Jampa à Campina Grande-PB

João Pessoa-PB. Consegui fotografar um bom ângulo da cidade e do mar...








Este é um momento incrível...Estar nas nuvens
não tem preço! Um momento para reflexão e apreciar um belo caminho, um pequeno trecho entre Deus e nós.

Somos verdadeiros pássaros e neste momento o céu nos pertence.







Não fiquei de fora deste belo passeio no maravilhoso céu de brigadeiro...



Cmte Pimentel e Johnny, um belo voo de Jampa à Campina Grande-PB!!

Contos que conto ... A Carta


Lívia estava dormindo, era um sono tranquilo e somente o quarto era a companhia. Eram cinco da tarde, chegara do enterro do marido pouco depois do almoço, os calmantes ainda dominavam seu corpo da dor, da saudade.

E seu corpo ali, jogado na cama fria seguiu a noite adentro. Não tinha o porque de se manter acordada, não havia mais lágrima para chorar.

Era um casamento de dez anos apenas, trancos e barrancos, Manoel o falecido, era durão com a esposa, daqueles que não saía para passear, não era carinhoso. Apenas o trivial, o que ele gostava mesmo, era de ficar no bar bebendo com os amigos e ir ao bordel da Dona Chica, o mais badalado da cidade, suas amantes tinham um fervor, umas maldades e sacanagens que Lívia não tinha.

Lívia não podia ter filhos, acham que por isto Manoel não morria de amores por ela e o casamento, diz ter sido arranjado, Lívia filha única, de uma família bem rica da cidade.

Manoel numa noite ficou tão bêbado que foi atropelado perto de sua casa, foi socorrido pelo vizinho, na ambulância não resistiu e partiu para um outro plano.

Na manhã seguinte, Lívia acorda um tanto confusa ainda, tomou uma bela ducha, comeu alguma coisa e se pos a se ocupar, arrumando a casa, organizando umas coisas, no intuito de esquecer a ausência do marido na casa, pelo menos no primeiro dia, o mais difícil. Organizando o armário do marido, encontra um baú velho e dentro uma carta, simples, embora num belo papel azul e um envelope com um desenho bem pintado. Lívia não se conteve e começa a chorar, as mãos tremidas, sem saber se abre ou não a bendita carta.

Depois de uns instantes de choro ela resolve ler o conteúdo do papel: “Querida esposa, sei que fui cruel com você, não fui um bom marido. Eu te amei e ainda amo, embora o sofrimento que te causei todos esses anos, as outras mulheres que tive, a bebedeira, se eu tivesse uma chance, mudaria tudo, começaria um novo casamento. Resolvi escrever esta carta, já que não conversamos direito e entregá-la no dia do seu aniversário daqui uns dias. A partir desta data serei um novo homem e farei tudo diferente. Hoje vou sair e farei uma despedida pra mim mesmo, um último dia de farra. Espero que você possa me entender e ser também uma pessoa diferente, menos amarga e que seja aquela mulher que casei, aquela de uns anos atrás. Resolvi mudar, porque meu amor por você vale a pena e que Dr. Flávio disse que tenho pouco tempo, apenas uns anos, não tive coragem de falar antes, por isto este Manoel louco tomou conta de mim. Te amo.”

Lívia, a esposa amada se pos em pranto, choro incontrolável, seu corpo não reagia, somente lágrimas de desespero, infinitamente uma dor, uma grande dor.

- Lívia?

- Sou eu Amy, você está no quarto?

- Trouxe uma torta de abacaxi para o lanche!

O corpo de Lívia jogado na cama, a carta amassada na mão e o vidro de calmante vazio caído no chão.

“Uma voz feminina no mundo do folheto” - Parte II

Quando li sobre George Sand, na verdade era Amandine Lucie Aurore Dupin, baronesa Dudevant, dita George, romancista francesa que nasceu em Paris, França, no dia 1º de julho de 1804, aí me encantei mais ainda, saber que mulher tem papel importante na literatura, ainda bem que hoje em dia não precisamos nos esconder, eu, por exemplo, tenho meu nome de batismo e uso pseudônimo de Sulla Mino, ambos nomes femininos.

Não sou Cordelista, pouco sei desta obra de arte. Quando fizo curso na CEFET-RN, maravilhei-me assim que entrei na sala, no decorrer da aula fiquei um tanto triste por não se comentar sobre a mulher no mundo do cordel. Fala-se de Francisco das Chagas, Raimundo Silva, João Athayde, Antônio Francisco, Xexéu, José Saldanha e outros, se fala no Sebastião Nunes Batista e de Paulo Nunes e nada de falar em Maria das Neves, a primeira mulher escrever cordel em folhetos.

Tive o prazer de conhecer Paulo Nunes Batista, tio avó do meu esposo e passei um bom tempo ouvindo histórias e ele muito me ensinou, orientou-me no meu lirismo poético, ele mora em Goiás. Altimar de Alencar Pimentel, tio também do meu esposo, conversávamos sobre tantos textos, ele muito me orientou acerca de Contos e pediu que eu fosse adiante e me presenteou com vários exemplares de excelentes livros....

Não tenho nenhum berço poético, pouco sei da minha saga, se a tenho nunca estudei. Sei que tenho sobrenome português e que minha bisavó era índia.

Maria de lourdes Nunes Ramalho, também da família, não se esconde em máscara e no seu livro “Raízes Ibéricas, Mouras e Judaicas do Nordeste”, ela também retrata a saga dos Nunes, tudo dentro da árvore genealógica, fala dos grandes nomes literários, além de ser uma grande escritora de textos teatrais.

Saber que Nísia Floresta, Zila Mamede, Isabel Gondim, Maria Eugênia Montenegro... Fizeram alguma diferença. Minhas amigas Shalai, Sol Firmino, Cláudia Magalhães, Ângela Rodrigues, Fátima Feitosa, Nilra Menezes, Heloísa Helena, tantas Marias, Severinas e Joaquinas... Fazem parte de uma geração de mulheres amantes da “escrita” e defensoras dos próprios nomes, já é um alívio, uma maravilha às minhas veias.

Se eu escrevesse nome por nome não dariam neste espaço as tantas mulheres literárias deste nosso Brasil, aplaudo-as, pedindo bis a cada verso, de muito lá atrás para cá tem uma significância em nossas vidas, de uma maneira pouca, de uma maneira muita.

Arte não é só escrever, podemos “rabiscar” na vida de muitos modos e tantas mulheres fizeram feitos para mudar de alguma forma a história, nos tantos livros que hoje podemos ler sobre tais coisas, não nos esquecemos disto. A mulher teve e tem vez.

Maria das Neves faleceu em 1994 com 81 anos de idade. O livro que li me fez refletir no que fomos ou somos, que seremos, no que faremos diferença, no que deixaremos...

Memory Of The Love










To do a memory,

to do memories...

You were there,

it was my everything,

my dream...

Only the love can make to last

that moment,

I remind like you gave me that love,

I felt the whole world inside and

out of me and

you kissed me,

I felt that I was free, that I was young,

that I was part of you,

a scream, a breeze, a mirror,

a soul...

Only the time can make me to kiss you

again,

again to speak your name,

in the end, the love...

Our shadows rest to the moonlight and

the sound of your laughter sounds as a melody.


Por Mário Rezende...Puro Desejo















Até hoje eu não sei

se foi invenção do meu olhar

ou artimanha do desejo,

puro desejo,

que enchia o meu pensamento.

Eu acho que foi um sonho,

mas ainda não tenho certeza

se foi imaginação

ou realmente aconteceu,

quando ela apareceu de repente

naquela tarde de domingo azul,

os olhos cheios de feitiço

e com os lábios molhados,

sorriu para mim

um sorriso voraz.

Sou para você,

de mais ninguém.

Eu a ouvi cantar

e senti o corpo arder

até o limite da vaidade.

Naquele momento eu percebi:

era tarde demais

para enganar o destino.


www.mariorezendemeusescritos.blogspot.com

Encontro ...


Há em minhas veias

um sangue que chora,

escorre com minhas marcas e

feridas ainda abertas.

Tenho um coração que pulsa e dói.

Tenho uma canção que

soa em silêncio.

Que serei?

Estou num corpo que se tranca no escuro.

Quem me ouve?

Minhas veias entopem,

entorpeço na dor.

Sigo ao meu encontro com Deus.

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