Tenho sede, uma absurda vontade de goles grandes de palavras "malditas" (...)

Mossoró-RN...Terra de Santa Luzia!

Eita...Vou sentir saudade de Mossoró, terra de Santa Luzia...Fui acolhida, mimada...Fiz grandes amigos, tive muitas conquistas e aprendi tradições, costumes...Uma parte de mim fica, várias partes na verdade e agora este chão faz parte da minha história.
Não esquecerei de ninguém, todos estão dendro da minh'alma.

Poesia por Sulla Mino...Voar como uma águia...Ao meu amigo Cmte Ruy Régis-João Pessoa
























Lindo dia,

céu azul e

infinitos ao seu lado.

O ar puro e único,

sem guerra ou Comulonimbus*,

brigadeiro...

Abaixo de mim o verde e

suas montanhas,

vento forte soprando em minhas asas.

Meu coração batendo forte no peito em segredo...

Em uma altura constante eu

tremia e sentia medo,

poderia este pensamento saltar desta realidade,

mesmo assim, não voltaria,

algo era tão forte dentro de mim,

que mal conseguia sorrir,

somente sentir, sentir...

Corria em mim liberdade,

acho que eu era um pássaro, livre...

Sentia-me veloz feito máquina moderna!

Repousei uns instantes na sombra de uma

árvore em meio ao deserto, fui longe...

A brisa me acordava, devagar...

Era hora de voltar para o meu

horizonte artificial.





* Comulonimbus ou CB são nuvens de trovoadas que se desenvolvem verticalmente até grandes altitudes, com a forma de montanhas, torres ou de gigantescas couves-flores.

Feira do Livro em Mossoró-2009...Minha participação foi um aprendizado!





Crônica por Sulla Mino...Sol na minha vida!

Na manhã de domingo do dia dos pais, eu estava meio confusa e carente. Parei a pensar o que seria este dia pra mim, as intenções dele e como este marcaria mais um ano em minha vida. Quando nasci “há dez mil anos atrás”, meu pai não estava lá e quando cheguei em meu novo lar, estava a minha espera a Sol e me apanhou em seus braços miúdos.

O tempo foi passando, ela me ajudava quando eu tentava dar meus primeiros passos, colocava a chupeta em minha boca. Meu genitor me ensinou jogar sueca, tragar cigarro e beber caracu, fora aquele futebol nos fins de semana, era legal, a pior parte era colocar o uniforme do Botafogo, time preferido dele não o meu.

Enquanto a Sol ensinava a me vestir, pentear e me levava para brincar na rua, brincadeiras de criança, pique pega, bandeira...E final do dia sempre em volta da fogueira com belas cantigas de roda.

Na minha pré-adolescência, eu viajava, embora com amigos mais adultos, eu ia e muito feliz, ouvia as melhores músicas de grandes artistas, lias bons livros que ela emprestava. Tinha deveres da escola, trabalhos e as dicas quando eu tinha de passear com outras pessoas.

Na minha rebeldia de adolescente, a Sol estava lá, eu levava bons cascudos na cabeça, e ela sempre me explicava o porque de eu não poder fazer tais coisas e mesmo quando eu as fazia e por fim chorava, lá estava novamente a Sol, com seu ombro, seu carinho.

Na minha formatura ela tirou lindas fotos, quando eu fui mãe a primeira vez, ela me apareceu na maternidade e perguntou se eu estava bem e sorrimos juntas. Quando eu fui mãe pela segunda vez, ela estava lá novamente, de novo nos olhamos profundamente, ela estava para certificar se tudo corria bem, fazendo seu papel de avô.

Meus recitais, minha dança nos melhores palcos, nas minhas belas coreografias nas tantas bandas que trabalhei e viagens que fiz, ela não pode, sei que não, em outros momentos piores e melhores esteve, pode ter certeza que sim, não nos que sorri, mas no que chorei ela não faltou.

Espero que todos tenham comprado um bom presente para o papai ou simplesmente que estiveram em casa, fazendo companhia ao homem que muda nossas vidas. Eu não pude dar cuecas, meias ou uma caixa de lenço, a Sol não iria gostar. Mas, dentro de mim tenho o melhor presente, as lembranças, as recordações, as saudades e isto sei que não tem preço, não tem folha de presente que cubra. Seria difícil descrever todos os momentos em que ela esteve presente em minha vida e até nos dias de hoje, eu já adulta, ela ame cobre com o seu perfil, como professora, literária, mãe e amiga.

Seria minha irmã meu pai?

Contos que conto...Kapytuchekin.

Virna caminha próximo ao lago Nuli na quadra da sua casa. Era uma manhã fria, típica de outono, notava-se as muitas folhas soltas na grama do parque, o vento gelado e brando soprando no rosto.

Nossa personagem passeia totalmente concentrada naquele momento, analisando a folhagem caindo ao chão, o movimento tranquilo da água no lago, as crianças correndo atrás da bola, umas no balanço, cachorro brincando com o seu dono, tudo num verdadeiro compasso.

Virna se aconchega num banco embaixo de uma bela e grande árvore e se pos a ler o livro que levara, “Amor Proibido” seu título e ficou ali, folheando as páginas amareladas do romance. E foi um bom tempo de leitura e tranquilidade.

Lembrou um tempo depois, de um objeto que estava em seu bolso, que tinha encontrado no chão assim que adentrou no parque. Era uma minúscula caixinha de música. A curiosidade foi tanta que não esperou mais tempo e ao abrir a caixa, havia uma linda bailarina e um sensor para dar corda e iniciar uma música.

Ela não sabia se terminava de ler a parte mais interessante de seu livro ou se ouvia a canção da caixa. Então, encostou o livro no canto do banco e se pos a apreciar o objeto, deslizando seus dedos nos relevos dos detalhes esculpidos nela, deu a corda para ouvir a canção. Era uma voz doce e suave, uma melodiosa valsa, um turbilhão de magia envolvia seu corpo, um ciclone cinza e mágico, num passe de fantasia Virna estava no mundo dos sonhos, onde tudo era colorido, cada detalhe pintado à mão.

- O que fazes aqui linda jovem?

Uma árvore de folhas transparentes e um caule cintilante, a voz aguda, de uma criança de quatro anos, tentava envolver Virna com perguntas.

- Sim, você que olha pra mim, que fazes aqui?

- Eu não sei D. árvore, eu só estava ouvindo uma valsa da caixinha.

- Não poderá voltar, você sabia disto?

- Voltar? Ao parque?

- Não mocinha... Para a realidade querida, você agora faz parte do nosso mundo e sua voz será a próxima na música da caixa mágica.

- Não posso ficar, tem muita coisa importante lá fora que preciso fazer, lugares para ir, sonhos e um livro para terminar de ler.

A árvore foi desaparecendo de sua frente, feito vulcão em erupção, um clarão tomou o corpo da jovem dali e cuspiu-a em outra parte daquele mundo, já não era tão colorido, era tudo em barro, um barro vermelho purpurinado. E ela ficou ali, rodando o olhar em tudo e não encontrava nada, somente vales, morros e montanhas de barro.

Sentou-se desorientada e sofrida, o choro tomou o rosto, ela se agarrava a caixa num desespero frustrante, uma gota de sua lágrima fez acender na caixa uma palavra em amarelo “Kapytuchekin”... Ela gritava aquela palavra dentro de si... Kapytuchekin depois em voz alta... Kapytuchekin, os ecos atordoadores...

- Senhorita? O parque já vai fechar.

Virna havia caído num sono profundo e a caixa era somente um objeto infantil perdido no parque.

Por Sulla Mino...Feliz de Mim!


















Quando a morte me levar,

feliz de mim que tive teu gozo.

Vou com teu cheiro em meu corpo,

com o teu sabor em minha boca...

Dormirei com teus mistérios na eternidade,

com teus segredos,

sofredora e vencedora do amor,

eu vou deliciosa e mansa...

Tristes aqueles meus dias de insônia,

meu crime foi ter escrito aquelas palavras,

por quê?

Cedo ou tarde eu iria mesmo morrer.

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