Tenho sede, uma absurda vontade de goles grandes de palavras "malditas" (...)

Por Sulla Mino ... Um Poeta no Hospital




























A carne sem brilho algum,

jogado na escuridão,

no poço de algum momento qualquer.

Caminhar nas mágoas

já não é mais destino,

nem contratempo de palavras haverá.

O traje já não é moda,

o gosto já não tem sabor,

a ferida está cicatrizando.

A morte faz companhia,

os cabelos brancos,

as rugas de um tempo passado.

O enterro acontece sem flores,

sem cadáver.

Escuta-se ao longe um trecho do Pai Nosso...

A carne aqui sem brilho algum,

na vertigem, na loucura,

no desequilíbrio humano.

Quem chora agora?

Neste mundo parecem todos vivos.







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