Tenho sede, uma absurda vontade de goles grandes de palavras "malditas" (...)

CONTOS QUE CONTO, Por Sulla Mino... ARTUR E SUA COVARDIA.




Dr. Orlando recebe a visita mais uma vez de Helena e Artur em seu consultório. Casados a uns dois anos e meio, queriam ter um filho e por isto Helena fazia tratamento regularmente.

Helena se submetia a vários exames e toma uma medicação rigorosa, só que de um tempo para cá, começa a se sentir cansada, manchas pelo corpo, fraca, enjôos constantes, dores na cabeça... Dr. Orlando a encaminhou para um amigo de profissão para novos exames, ele está preocupado com a saúde de Helena, e estes sintomas levam a crer que ela esteja com algum tipo de câncer.

Artur não quer acreditar que sua esposa está doente, já imagina mil loucuras na cabeça, indo a hospitais fora da cidade e tudo mais. Resolve tirar férias no trabalho e levar a esposa para um passeio à casa de praia, bem longe da cidade, fugir de tudo isto já era o bastante.

Helena não se sente bem, mesmo assim não desiste do passeio, esquecer um pouco toda esta história já está bom pra ela.
Chegando na praia, toma logo seu remédio para dores e cai na rede posta na varanda e desaba no sono. Artur somente aprecia sua amada e na sua cabeça imagens de soros e remédios, o sonho de ter um filho indo embora e a esposa se despedindo do mundo...Já está ficando louco com esta história, sem paciência alguma para esperar os resultados dos exames que saem daqui uns quinze dias.

Resolve escrever uma bela carta a sua família, contando o que sente e o que não quer sentir.

“Pai, mãe, queridos irmãos, estou sofrendo por ver minha mulher envelhecer no sofrimento de remédios, retardar nosso amor nestas idas e vindas do hospital, estou morrendo aos poucos, sem esperança alguma de ter um herdeiro e já não faço gosto da minha vida. Helena aguarda os exames e eu não quero estar aqui para saber... Amo todos vocês, quero poder seguir um pouco mais, mais além com a pessoa que tanto amo ao meu lado, tolo e covarde, do meu jeito...”.

Já era noite, dava pra se ouvir os sininhos da varanda, as ondas da praia e o balançar dos coqueiros...

Na cidade, quinze dias já passados, a mãe de Helena recebe o resultado do exame e para a surpresa não havia doença alguma, somente uma reação alérgica devido à medicação, uma anemia e um BETAHCG...Positivo.
D. Isaura corre ao encontro da filha para contar a novidade...

Subindo os degraus da casa e chegando a bela varanda, com o envelope na mão, Isaura desmaia subitamente ao ver Artur caído no chão com uma arma na mão e a filha na rede com sangue na roupa escorrendo pelo chão ainda da covardia do marido...

2 comentários:

Anônimo disse...

Amiga!!!!! Sempre surpreendendo a gente, né?! Coitada da moça...Esse Artur realmente foi muito covarde!!!
To curiosa para saber o de D. Fulana, o final, coloca logo no Blog, po!

Beijos,
Ana (RJ)

Anônimo disse...

Escrevi um conto com desfecho parecido. O título é O Pedido de Perdão. Está publicado lá no Recanto. Se puder leia.
Grande beijo Cara amiga.
Mario Rezende

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